Com a Bunda Exposta na Janela

Graças à Nossa Polícia Federal.
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De alguns anos para cá, nossa Polícia Federal tem aberto inesperadamente algumas janelas do poder executivo, do legislativo, e por último do judiciário, expondo algumas bundas que se julgavam protegidas por seus gabinetes, suas gravatas importadas, seus carrões de luxo e uma grande rede de comparsas habilitada a correr agilmente em seu socorro, caso necessário. Até mesmo na iniciativa privada era difícil abrir qualquer dessas inusitadas janelas, pois bandidos que permeiam os poderes constituídos interpunham-se entre a mão decidida da Polícia Federal e o ferrolho encalacrado da corrupção, que teimava em impedir a abertura dessas janelas.
O que temos presenciado é um desfile de bundas gordas – pela fartura em que vivem – e macias – pelo conforto dos carrões, mansões e gabinetes em que se afundam – passar todos os dias na nossa telinha expondo suas caras assustadas e escondendo com casacos suas merecidas algemas.
A exposição de bandidos do primeiro, segundo e terceiro escalão dos governos federal, estaduais e municipais virou rotina. É raro o dia que não desfilam assustados diante dos nossos olhares estupefatos. Aos poucos, os incrédulos deputados e senadores passaram a se horrorizar ao verem eles próprios ou seus pares com a bunda exposta na janela das nossas TVs, sempre com as mesmas desculpas: "Sou um homem íntegro! Não tenho nada a ver com tudo isso! Vou me afastar do cargo de ministro para facilitar as investigações que devem ir até o final, doa em quem doer! A prova que não tenho nada com isso é que eu mesmo já havia mandado investigar! Esse lobista, antes mesmo de ser lobista, já era meu amigo há mais de vinte anos!". A casa da qual fazem parte ou presidem – Câmara ou Senado – imediatamente criam mais três ou quatro novas leis para que esses crimes que envolvem milhões de reais, não se repitam. E meses depois tudo acontece do mesmo jeito, apenas com uma roupagem diferente para atender àquelas novas leis, criadas de forma a permitir novas investidas. Quando a pressão da opinião pública é mais forte, criam uma CPI e combinam quais os que vão ser punidos, e esses, geralmente, são os que não dispõem de dossiês contra o passado dos demais. Mesmo estes escolhidos para "bode espiatório" podem renunciar, sabendo de antemão até qual dia e hora poderão faze-lo. São todos bandidos... bandidos mesmo, de alta periculosidade com o agravante da covardia, porque temem mostrar suas caras e tremem diante da possibilidade de expor suas bundas aos disparos da polícia como faz a maioria dos seus colegas das periferias e favelas.
De alguns anos para cá, temos tido diversas oportunidades de conhecermos também as bundas do judiciário. São alvíssimas porque nunca foram expostas e se enrubescem com muita facilidade diante de qualquer escândalo que as envolvam, porque sabem que não apenas sua família e seus amigos, mas toda a população do país ficará incrédula e perderá mais uma vez as esperanças. Advogados são flagrados pagando propinas a policiais para verem seus clientes soltos e abastecem com drogas e celulares seus clientes que encontram-se nas penitenciárias. Promotores de justiça, juizes, desembargadores, ministros dos tribunais superiores, todos envolvidos em atos ilícitos da maior crueldade para com esse povo sofrido, pois em troca de grandes somas de dinheiro ou de mimos – leia-se suborno através de caríssimos presentes – vendem sentenças, devolvendo às ruas corjas inteiras de malfeitores que vão continuar minando os recursos desse nosso país que poderiam estar sendo aplicados em unidades neo-natais, bolsas de estudo ou medicamentos mais caros para pacientes do SUS.
Nosso melhor programa de TV passou a ser as atuações espetaculares da nossa Polícia Federal, com suas armas modernas, sua indumentária negra, seus carros também negros dirigidos com destreza, suas operações envolvendo tantos inescrupulosos figurões públicos e privados e mantidas no mais absoluto segredo até as primeiras horas da manhã, quando são retirados das mansões em que vivem, compradas com nosso dinheiro, e seus carrões e iates apreendidos e transferidos em carretas cegonhas para Brasília. Após as primeiras prisões, é tragicômico assistirmos os depoimentos dos seus advogados irritados com a autoridade policial por haver enjaulado de forma tão espetacular pessoa tão íntegra. Dias depois, ao assistirem na mesma janelinha onde suas bundas desfilaram, transcrições das conversas telefônicas gravadas em abundância por nossos heróis, mudam o tom e não são encontrados.
Após esta última grande operação da Polícia Federal, que recebeu o nome de "Navalha", eles todos, dos três poderes, mais juristas de renome e até a Ordem dos Advogados do Brasil, berram num uníssono coro contra a eficácia dos nossos policiais, tentando levantar a opinião pública contra eles, argumentando que estão querendo transformar o país num estado policial e fascista. Por que não chamaram a Itália de fascista durante a operação "mãos limpas"? Quem disse que não é justamente isso que o povo brasileiro tanto esperava ver: bandidos de todos os calibre presos da mesma maneira, de surpresa, diante das câmaras e dos holofotes, algemados e rebocados para a delegacia dentro de camburões.
Os excessos não são da nossa Polícia Federal, os excessos são de bandidos engravatados distribuídos em todos os setores da vida pública brasileira que se rendem diante de qualquer suborno oferecido por empresários que enriquecem da noite para o dia às custas da mesquinhez de caráter desses criminosos travestidos de "autoridades" e do sofrimento do nosso povo.
Viva a nossa Polícia Federal.
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