À Espera de Nêmesis.

Ilustração, Rodolfo Vasconcellos
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Acreditar que a história do aparecimento e da rápida disseminação de nós seres humanos na superfície do planeta, pode ser considerada uma majestosa e brava saga de conquistas, é um grande equívoco.

Somos apenas herdeiros ricos e mimados das riquezas genéticas dos animais que sobreviveram às maiores extinções em massa ocorridas na face da Terra, incluindo os famosos distúrbios há 66 milhões de anos, que aniquilaram não só os dinossauros, mas também varias espécies de mamíferos e de plânctons marinhos, num total aproximado de 11 por cento da vida existente; e às extinções ainda mais devastadoras, há 245 milhões de anos, que eliminaram 52 por cento de todas as forma de vida da Terra.

Várias teorias tentam explicar essas extinções. Uma delas é a divisão do único e grande continente denominado Pangéia em dois continentes na época das extinções. Outra é a queda de um enorme meteorito na época da primeira catástrofe citada acima.

Durante os últimos 500 milhões de anos ocorreram quatro extinções em massa, ainda mais devastadoras do que a que exterminou os dinossauros. Segundo as estatísticas, essas extinções ocorriam aproximadamente a cada 26 milhões de anos. Para alguns cientistas, especialmente para o astrônomo Richard Muller da University of Califórnia, em Berkeley, isso indica a existência da “Nêmesis”, uma hipotética estrela acompanhante do Sol. Acredita-se que a Nêmesis empurra ciclicamente os cometas para fora da órbita na nuvem de Oort, que descrevem uma trajetória elíptica em direção ao Sol; e que alguns desses cometas colidem com a Terra e destroem partes vulneráveis da biosfera. (A nuvem de Oort, cujo nome é uma homenagem ao astrônomo holandês Jan Oort, é um cinturão de cometas e detritos cósmicos situado depois da órbita de Plutão, provavelmente o restante do material do nascimento do sistema solar.)

Outros aventaram a hipótese de que o movimento vertical regular do sistema solar no plano galáctico da nossa galáxia espiralada seja responsável pelas extinções. O Sol leva cerca de 250 milhões de anos para descrever uma órbita completa ao redor do centro da Via Láctea, mas durante esse percurso move-se para cima e para baixo. Ao atravessar densas regiões do espaço, ele perderia, periodicamente, barragens de cometas da mesma nuvem de Oort. Sejam quais forem as razões, a progênie dos sobreviventes dessas devastações periódicas herdou a Terra.

Assim como a fênix ressurgiu das próprias cinzas, o DNA também ressurgiu em novas formas duradouras, das quais fazemos parte.

Podemos traçar a nossa história, mas devemos nos lembrar de que ela não é nem mais necessária nem mais nobre do que a de qualquer outra espécie existente aqui na Terra, muito menos recebendo o rótulo de “sagrada” por ser hipoteticamente semelhante à forma do deus que a criou, como nos tentam fazer crer todas as religiões.

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Comentários

  1. Anônimo9:15 PM

    Parabéns pelo blog, rodolfo!

    Sou frequentador do Farandôla. Ia mais ao antigo.Mas o novo espaço também é muito bom.

    grande abraço!

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