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Mostrando postagens de dezembro 8, 2008

Gabiru Sapiens

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À minha prima Mariza, filha de tio Abel e tia Hélen, que é sensível a essa agonia. . . . O fedor de merda seca queimando vinha numa fumaça invisível de tão tênue, levando-me, mesmo assim, a quase sufocar, e afastando o bom humor que sempre me acompanha em todas essas caminhadas às primeiras horas. Estava me aproximando da Praça Procurador Pedro Jorge que fica entre a minha casa e a beira mar de Olinda, e ver aquela criança arrastando e amontoando sacos de lixo das lixeiras próximas para, em seguida, numa eficiente garimpagem, fazer sua primeira refeição, era meu primeiro contato diário com a nossa própria podridão. Certamente, o que lhe parecera alguns biscoitos, não passara de fezes de cachorro, o que o levou a atear fogo naquela sacola de supermercado, numa infantil vingança com endereço equivocado. Sentado - literalmente - naquele fétido banquete, continuava abrindo e enfiando a mão em cada uma das sacolas, aproximando-as mais dos olhos para distinguir, entre aque