Moniz Bandeira: Serra Seria um Desastre para a Política Externa Brasileira

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Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, mais conhecido como Moniz Bandeira é professor universitário, cientista político e historiador luso-brasileiro, especialista em política exterior do Brasil e suas relações internacionais, principalmente com a Argentina e os Estados Unidos, sendo autor de várias obras, publicadas no Brasil e na Argentina, bem como em outros países.

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O professor Moniz Bandeira, que vive na Alemanha, diz que é muito grande a expectativa do mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, com relação ao segundo turno das eleições no Brasil.
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Segundo ele, tal expectativa se deve ao sucesso do governo do presidente Lula. “Nunca o Brasil esteve tão presente nos jornais da Europa, e também dos Estados Unidos, como no governo do presidente Lula. Seus êxitos são ressaltados em numerosos artigos, que infelizmente a imprensa brasileira não transcreve”, afirma Moniz Bandeira.
Nesta entrevista ele também aborda o terrorismo ideológico que vem sendo feito pela campanha adversária contra a candidata Dilma Rousseff e fala sobre a política externa do Brasil. Ele critica a falta de sensibilidade do tucano José Serra para com o tema. “Seria um desastre para a política exterior do Brasil e prejudicaria seu comércio com os países em desenvolvimento, sobretudo da América do Sul”, afirma.
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Abaixo, a íntegra da entrevista.
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O mundo está acompanhando com interesse o segundo turno da eleição presidencial brasileira?

Moniz Bandeira – Sim, há grande expectativa quanto ao 2° turno da eleição presidencial, porque nunca o Brasil esteve tão presente nos jornais da Europa, e também dos Estados Unidos como no governo do presidente Lula. Seus êxitos são ressaltados em numerosos artigos, que infelizmente a imprensa brasileira não transcreve. Há poucos dias, a edição alemã do Financial Times publicou uma página inteira sobre o sucesso do governo brasileiro, tanto sob o aspecto econômico quanto sob o aspecto social, e o mesmo fez o importante diário alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. Também na França a imprensa tem dado grande destaque ao governo do presidente Lula e à eleição presidencial.
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Desde setembro, a direita está lançando mão do terrorismo ideológico. Surpresa ou previsível?

Era previsível. Trata-se de uma intensa campanha terrorista, uma guerra psicológica, promovida não apenas pela direita, mas pela extrema-direita, e alimentada por interesses estrangeiros, que alimentam a campanha contra a política exterior do presidente Lula e não querem que o Brasil se projete mais e mais como potência política global. Uma campanha assim, execrável, só é possível em uma república presidencialista, como existe nos Estados Unidos, cujo modelo foi copiado pelo Brasil após o golpe militar de 15 de novembro de 1889. O que aprendi em meus 74 anos de vida foi que, sempre os que gritam contra a corrupção são geralmente os mais corruptos. O jornalista Carlos Lacerda gritou que, sob o governo do presidente Getúlio Vargas havia um “mar de lama”. Nada se provou. Porém, o jornalista Carlos Lacerda, depois governador do Estados da Guanabara, nunca pôde explicar devidamente de onde proveio a enorme fortuna que deixou. A campanha contra Dilma Roussef é abjeta, sórdida, de tão baixo nível, com escândalos forjados e fabricados visivelmente por motivo eleitoral. É lamentável a degradação política a que o PSDB, seus aliados e os meios de comunicação estão levando o país.
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O que mudaria, na política externa do Brasil, se Serra fosse eleito presidente?
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José Serra nunca teve nem tem a menor sensibilidade para a política internacional. Seria um desastre para a política exterior do Brasil e prejudicaria seu comércio com os países em desenvolvimento, sobretudo da América do Sul. Ele já deu declarações as mais absurdas, atacando a Argentina, a Bolívia, a Venezuela e outros países. Em manteria de submissão às diretrizes políticas dos Estados Unidos, o governo de José Serra seria muito pior, mil vezes pior, do que o do presidente Fernando Henrique Cardoso. E a mudança na política externa do Brasil teria graves implicações para a política de defesa nacional. Como presidente, José Serra, sem dúvida, acabaria com o programa de reaparelhamento e modernização das Forças Armadas, suspenderia definitivamente a fabricação do submarino nuclear e a reconstrução da indústria bélica no Brasil, tudo para atender aos interesses dos Estados Unidos que precisam vender seus armamentos obsoletos. As reservas petrolíferas da camada pré-sal seriam entregues a companhias estrangeiras; a Petrobrás e o Banco do Brasil privatizados. Muito possivelmente José Serra também alienaria territórios da Amazônia, onde atuam 100 mil ONGs, muitas das quais com interesses ocultos, e que exercem atividades ilegais como o tráfico de drogas, de armas e de pessoas, lavagem de dinheiro e até mesmo espionagem, sob o manto de que estão a defender os direitos dos indígenas. Essas atividades devem ser reprimidas, mas dificilmente as Forças Armadas brasileiras teriam condições de fazê-lo, se o candidato José Serra fosse eleito, uma vez que a coligação PSDB-DEM alimenta a idéia de apequenar o Estado e de que, num mundo globalizado, não mais pode ser reconhecido o preceito da soberania nacional. O Brasil sofreria um enorme retrocesso.
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O que mudaria, na política externa do Brasil, se Dilma confirmar sua vitória no segundo turno?
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Não tenho a menor dúvida de que Dilma Roussef dará continuidade à política exterior do presidente Lula, se vencer, o que espero e desejo, no segundo turno. Ela decerto continuará tratando de promover a união da América do Sul, não apenas como um bloco econômico, cujo epicentro é o Mercosul, mas como um espaço geopolítico, capaz de alcançar melhor inserção internacional, competindo com outras grandes massas geográficas, demográficas e econômicas, tais como China, Estados Unidos, Rússia e Índia. E, para tanto, dará seguimento ao programa de defesa nacional, que visa a reaparelhar, modernizar e capacitar as Forças Armadas para que possam defender o território nacional, tanto a Amazônia verde como a que chamam de Amazônia azul, que é nosso imenso mar territorial onde se encontram as enormes jazidas de petróleo, na camada pré-sal.

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