O São João na Casa de Babá e Célia

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A fogueira foi acesa às 18 horas para que as crianças aproveitassem mais. Coisas de Papai, que Babá mantém.
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Quinta-feira  passada, véspera de São João, pegamos a estrada logo cedo em direção à casa dos meus irmãos Babá e Célia em Campina Grande-PB, com escala em Umbuzeiro pra saborear um capão preparado por dona Terezinha, mãe de Célia. O aconchego ali, na primeira parada, manifesta-se por inteiro. Desde o primeiro minuto estamos na casa da nossa própria mãe, com Suely e Vera como irmãs, e Clarinha como sobrinha. A vontade é de não sair mais, de aceitar todos os convites para os forrós pé-de-serra das redondezas, de rever todos os grandes amigos ali deixados há quarenta anos, embora hoje restem poucos deles ainda por lá.
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Meio que a contra-gosto deixamos Umbuzeiro e pegamos a estrada para Campina. A ansiedade aumentava à medida em que a quilometragem restante diminuia, e a emoção à flor da pele me levou a enxugar as lágrimas por diversas vezes.
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 Babá, Luiz Carlos, Célia e Nadja.
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Não via Babá e Célia há sete anos como também não conhecia quatro dos seus cinco filhos. Eles, por sua vez, não conheciam minha mulher Nadja e minha filha Kekel.  Procurava imaginar a recepção, quais histórias viriam à lembrança primeiro e quais comidas prepararíamos um para o outro.
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Babá, Luiz Carlos e eu. 
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Babá mantém uma tradição de papai na véspera de São João, acendendo uma enorme fogueira às seis horas da tarde para que as crianças menores possam desfrutar dela por mais tempo. Antes passamos num centro comercial especializado em fogos de artifício do qual retornamos com dois enormes sacos de cinqüenta litros cada, abarrotados dos tipos mais inofensivos deles. Na mesa farta, sob risos e lágrimas a continuação das histórias da infância em Umbuzeiro e da adolescência em João Pessoa. O carinho dos novos sobrinhos, a interação de todos eles  com minha mulher e filha; a surpresa de encontrar por lá Zé Roberto – irmão de Célia – criador do blog que joga Umbuzeiro na “rede” e do qual participo como leitor assíduo, mantinha a sensibilidade no limite. Lágrimas sobre faces maduras misturadas a seus sorrisos infantis;  lembranças vivas entre  ondas de fumaça a cada mudança de vento, travando nossas respirações e avermelhando os olhos, o que ajudava a disfarçar o rastro deixado pelas lágrimas.
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 Eu, Mayana e Nadja.
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De repente uma linda surpresa. A atriz paraibana Mayana Neiva chega trazendo meu sobrinho Francisco Vasconcelos, filho do mano Luiz Carlos Vasconcelos também Global, e afilhado dela. Ratificando a fama da sua simplicidade e simpatia, disse ao abraçar-me: “Nossa! Você é famoso!” Só pode ter sido coisa de Luiz Carlos, ou as histórias certamente contadas por Francisco sobre minhas brincadeiras com ele. Mayana, além da beleza exótica, da excelente atriz que é, da pessoa sensível e do carinho que nutre pelos dois, revelou-se também uma escritora de talento ao publicar SOFIA, livro dedicado a Luiz Carlos e Francisco. Mayana chegou na casa de Babá acompanhada do seu pai e passaram um bom tempo com a gente em volta da fogueira, com direito a muitas fotos e um papo animadíssimo. Enchemos a noite junina campinense de fumaça de fogos e fogueira, gritos de alegria e aquela vibração forte que só é produzida quando o amor intenso e verdadeiro ronda.
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Eu, Kekel, Luiz Carlos, Francisco Vasconcelos e Nadja. 
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No dia seguinte foi minha vez de retribuir um pouco de tanto carinho e saquei da mala do carro a churrasqueira e todos os demais apetrechos que a acompanhavam. Passamos a manhã e a tarde num delicioso churrasco à base de cupim (à minha maneira), picanhas argentinas, costelas de ripa, paleta de cordeiro gaúcho e maminhas de alcatra que, ao final da tarde, foram ainda para a mesa que Célia preparara com deliciosos acompanhamentos. Enquanto isso Nadja mostrava seus dotes culinários montando uma deliciosa, autêntica e imensa torta alemã, que a todo instante era visitada por Babá na geladeira, só durando um dia. Fechamos a tarde com a visita de Luiz Carlos vindo de João Pessoa em direção a Souza-PB, onde faria no dia seguinte (dia do seu aniversário) uma apresentação do Palhaço Xuxu. À noite fomos conhecer o São João de Campina Grande – O Maior São João do Mundo, com direito a uma mesa enorme num restaurante típico que vende a melhor codorna frita. Babá pediu quarenta codornas com cuscuz, deixando-nos todos empanturrados.
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Frigideira do tamanho do fogão de cinco bocas. 
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Amanheceu o sábado e lembramos que havíamos previsto voltar na sexta. Mas, como Luiz Carlos passaria de volta para apanhar seu filho Francisco que estava com a gente, resolvemos ficar mais esse dia e comemorar seu aniversário. Fui então para a cozinha preparar o almoço e escolhi fazer um "Spaghetti alla Puttanesca", cujos ingrediantes mais complicados já trouxera comigo. Para comprar o pouco que faltava, saí de fininho pela porta dos fundos mas Babá percebeu minha ausência e foi de carro me procurar pelas redondezas, tirando-me de um mercadinho e levando-me a um grande super-mercado. O nosso irmão Flávio Fernando ligava de João Pessoa a cada cinco minutos com a desculpa de que queria saber como estava o andamento do espaguete, enquanto Babá o convidava para aquele encontro. Infelizmente sua esposa estava de plantão e ele não tem autorização para sair de casa desacompanhado. Foram 18 ligações durante toda a manhã. Mas, não faltará oportunidade para um novo encontro. Babá organizou o aniversário de Lula com bolo e salgadinhos, que devoramos após o parabéns prá você, seguido de seção de fotos com todos da família.
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 Marília e Kekel: amizade à primeira vista.
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Uffa! Por fim chegou o domingo e, com dois dias de atraso retornamos às cinco e meia da matina, com todos ainda dormindo à exceção de Zé Roberto, que tratou de fechar a casa em seguida.
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Com a linda sobrinha Duda, sob o olhar do blogueiro e empresário naturalista Zé Roberto. 
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A reboque vieram cheiros, lágrimas, lembranças, saudades, nomes como os de Marina, Mariana, Marília, Gabriel, Duda, Kênio... O carinho inesquecível desses sobrinhos e a recordação das histórias contadas por Babá, Luiz Carlos, Mayana, Célia e Zé Roberto. 
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 Ai São João... São João do carneirinho... 
Neste São João Babá nos proporcionou o reencontro com um período lindo da nossa infância.
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Chegamos em Recife às oito e meia da manhã e fomos todos os três para a cama onde passamos o resto do dia, moídos de cansaço e consumidos por saudades imensas.
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Comentários

  1. Eu sou um cara de sorte,por tem entre AMIGOS,essa figura lendária,RODOLFO VASCONCELLOS.Que habitou meu IMAGINÁRIO DE MOLEQUE,como o maior GOLEIRO de todos os tempos na região de Umbuzeiro!
    Confesso que o Umbuzeiro9,nasceu da INSPIRAÇÃO DO Bastidores,com certeza um dos melhores da NET.
    Sou um cara de sorte,em poder Compartilhar da HISTÓRIA,desse VERDADEIRO intelecto,que tem revolucionado a INTERNET,com seus ARTIGOS,recheados de verdade,coisa tão em EXTINÇÃO,na CHAMADA MÍDIA CONVENCIONAL.
    Mas não consigo desvincular,da figura de seu DJALMA e Dona NININHA,QUE SÃO OS RESPONSÁVEIS,por termos o PRIVILÉGIO da convivência,com seres que se confundem com a própia EDUCAÇÃO.
    Grato DODÓ,e não se esqueça do seu RIO DA PARAIBA,e que esse São João,seja o começo de vários outro que se seguirão!

    Grato.

    José Roberto Bezerra Siva

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  2. Nadja Rolim3:48 PM

    Moreeee-rsrs, que texto encantadoramente feliz e caprichado. Adorei!
    Simplesmente amei conhecer a família, do teu mano querido Babá. Ele é exatamente o que havias decrito, todas as vezes que falavas de forma saudosa e carinhosa sobre ele.
    A receptividade de todos, deixou-nos imensamente emocionados. Esse foi um dos melhores São João(s) até aqui vivenciado, senão o MELHOR!
    Muito obrigada Babá e Célia pela forma acolhedora e contagiante pela qual fomos recebidos. Agradeço imensamente dias tão felizes, ao lado de tua linda família. Célia, Babá, Duda, Marília, Marina, Mariana e Gabriel são especiais.

    Um grande abraço a todos!

    Nadja Rolim

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