A Crise Capitalista e a Escalada Contra a Síria








O Milk Sheikh Hamad e a cascavel Hillay.



A escalada agressiva contra a Síria não para. O imperialismo está apostando em abater a regime sírio, por todos os meios, o mais rapidamente possível. A visita da secretária de Estado norte americana à Turquia no fim-de-semana passado insere-se claramente nesse propósito. Hillary Clinton voa para Istambul em socorro aos mercenários do “ELS” (Exército de Libertação da Síria) acantonados em Alepo, procurando a todo custo impedir a sua derrota pelo Exército da República.

Os EUA julgaram que, como na Líbia – hoje mergulhada num caos indescritível – a substituição do governo de Bashar Assad por mercenários a seu serviço, seriam favas contadas. Que não encontrariam os obstáculos sérios como estão encontrando na instrumentalização da ONU, nomeadamente da parte da Rússia e da China. E que com operações terroristas de grande envergadura desestabilizariam a situação interna e abririam rapidamente caminho à derrubada do regime sírio. Enganaram-se. E como não querem recuar na sua cavalgada em direção ao Irão e pelo controle econômico e geoestratégico da região, deixam cair completamente a máscara e assumem com a maior desfaçatez a intervenção direta nos assuntos internos da Síria.


De tudo, o que mais inquieta é a banalização da agressão imperialista com o completo rasgar de qualquer código de conduta nas relações internacionais. É arrepiante a naturalidade com que a totalidade dos órgãos de comunicação noticiam que Obama deu luz verde à CIA para “operações secretas” na Síria; que Hillary Clinton foi à Turquia para coordenar com Erdogan e com os mercenários a agressão a um país soberano e proclamar a possibilidade de instaurar, como na Líbia, uma “zona de exclusão aérea”; que na Turquia estão instalados campos de treinamento militar, bases militares e corredores de infiltração de mercenários, assim como na Jordânia; a participação com dinheiro e armas de todo o tipo da Arábia Saudita e do Qatar. E isto sem falar nas ameaças dos sionistas de Israel (que desde 1967 ocupam o território sírio de Golan) ou das declarações fascinazistas do candidato republicano à Presidência dos EUA, Mitt Romney, em recente visita a Israel.



O que faz com que o imperialismo tenha essa reação, ao ponto de arriscarem um fracasso de grande dimensão, tanto mais que a situação que instalaram no Iraque e no Afeganistão esteja longe de ser controlada? Sem dúvida a crise capitalista que aí está, ainda não apresenta uma luz ao final do túnel. A escalada é inseparável da situação de estagnação/recessão de que as mais poderosas economias capitalistas não conseguem sair. E não se trata apenas da “crise do euro” ou da extensão à Espanha e Itália dos famigerados “programas de resgate”. Trata-se também da Alemanha, ela própria atingida pela recessão (lutando com unhas e dentes para defender os privilégios em que assenta a sua “prosperidade econômica”), e dos EUA para onde muitos diagnosticam séria turbulência no final do ano. E trata-se, sobretudo, da decisão dos centros estratégicos do capitalismo internacional, a começar pelos FMI, OCDE, UE/BCE, de não recuar nas políticas que estão impondo aos trabalhadores, com um brutal retrocesso nas suas condições de vida e de trabalho. Ao mesmo tempo que era anunciada a visita da descarada Hillary Clinton à Turquia, o presidente do BCE, Mário Draghi, insistia na redução dos salários e na aceleração de “reformas estruturais” cujo núcleo consiste no ataque aos direitos trabalhistas e sindicais, no desmantelamento das funções sociais do Estado e na privatização do sector público empresarial, como já está acontecendo em Portugal. 



Perante o crescente volume de dificuldades e contradições, e a perspectiva de intensificação das lutas populares, a escalada agressiva dos Estados Unidos no Oriente Médio e Ásia Central, funciona objetivamente como uma gigantesca e criminosa operação de videogame.

É necessário desmascará-la e combatê-la.




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