Porque o Brasil Financia a Reforma de Aeroporto e o Porto de Mariel em Cuba
Porto de Mariel, em Cuba.
Reproduzimos o texto
abaixo, antigo, por conta do fato deque o financiamento da construção do porto
de Mariel e a reforma dos pequenos aeroportos, em Cuba, pelo BNDES, continua
sendo apontado nas redes sociais como algo comprometedor para a política
externa de Dilma Rousseff, ou seja, seria dinheiro do Brasil para “ajudar a
ditadura de Fidel Castro”.
Presidente do BNDES
desmonta oposição e detalha benefícios de investimentos do Brasil no exterior
O objetivo do debate era
esclarecer, especificamente, o dinheiro que vai financiar a construção do Porto
de Mariel e reformas de aeroportos, em Cuba, mas Coutinho acabou explicando, de
forma ampla, como ocorre esse tipo de repasse, que se processa de uma forma
diametralmente oposta daquela propagada pela oposição e pela grande mídia
Quarta-feira, 28 de maio
de 2014
O presidente do BNDES,
Luciano Coutinho, desconstruiu nesta terça-feira (27/05/14) durante audiência
na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, vários argumentos
de cunho eleitoreiro da oposição acerca do financiamento, pelo banco, de
serviços brasileiros de engenharia para a realização de obras em outros países.
O objetivo do debate era
esclarecer, especificamente, o dinheiro que vai financiar a construção do Porto
de Mariel e reforma de dois aeroportos, em Cuba, mas Coutinho acabou
explicando, de forma ampla, como ocorre esse tipo de repasse, que se processa de
uma forma diametralmente oposta daquela propagada pela oposição e pela grande
mídia.
Primeiramente, conforme
explicou por meio de esquema gráfico, o BNDES não repassa dinheiro a governo
algum onde a obra será realizada.
Os recursos financiam, em
moeda nacional, as empresas brasileiras que ganharam a licitação da obra no
país estrangeiro. Essa informação, por
si só, já desmonta o principal argumento da oposição, segundo o qual o governo
brasileiro estaria deixando de investir no Brasil para “doar” ou “mandar”
dinheiro para Cuba.
Coutinho mostrou que,
antes de tudo, trata-se de um procedimento que gera empregos no Brasil e movimenta uma vasta cadeia produtiva
nacional de bens e serviços, envolvendo também uma infinidade de outras
pequenas empresas brasileiras que se beneficiam com a transação.
O presidente do BNDES explicou ainda que, como pagamento do
dinheiro repassado àquelas companhias nacionais que ganharam a licitação, o
país onde será construída a obra paga em dólar ao Brasil.
Ainda, segundo Coutinho, as linhas de crédito para apoiar serviços
de engenharia no exterior são um mercado “concorridíssimo” e são praticadas por
todos os países que têm bancos de fomento. Disse também que a modalidade
praticada pelo Brasil ainda é “conservadora” se comparada às dos países
desenvolvidos e da China. “Eles financiam, inclusive, gastos locais”, informou.
O dirigente mostrou dados
que revelam o grau de investimento de outras nações em obras de engenharia fora
de seus territórios. A China desembolsou entre 2008 e 2012 um total de US$ 45,2
bilhões; os Estados Unidos, 18,6 bilhões; a Alemanha, US$ 15,6; e a França, US$
14,6 bilhões.
No mesmo período, o Brasil
financiou US$ 2,24 bilhões, ocupando a oitava colocação na tabela apresentada,
atrás ainda da Índia, do Japão e do Reino Unido.
O deputado federal Pepe
Vargas, ao se referir à queixa sobre os recursos repassados à empresa
brasileira que ganhou a licitação em Cuba, disse achar lamentável que a
oposição planeje fazer uma política de apoio de exportação e uma política de
relações externas com viés de preconceito ideológico.
“Um país que queira ter
uma inserção soberana no mundo não faz política externa e não faz política de
apoio às exportações com esse tipo de postura”, afirmou.
“Se há empresa brasileira
que venceu uma licitação internacional e tem lá uma obra de serviço de
engenharia para executar, cabe, sim, ao governo brasileiro, através da sua
instituição de fomento, fazer esse financiamento. Isso ajuda a economia
nacional a melhorar a balança de serviços e gera empregos aqui dentro do
Brasil”, completou o deputado.
Pepe Vargas também fez uma
comparação do tipo de ações financiadas pelo BNDES atualmente com o modelo de
repasse de recursos feito pelo banco na época em que os tucanos, regidos por
FHC, governavam o País.
“Se voltássemos ao passado, teríamos uma situação em que o BNDES
financiava privatizações, financiava a compra de ativos já existentes para
grupos nacionais ou internacionais, que não geravam nenhum emprego novo dentro
do Brasil”, comparou.
Falou ainda sobre o papel
estratégico do BNDES no nível de investimento do país, que seria muito menor se
não fosse essa atuação.
Não cabe o argumento que
isso gera endividamento público e compromete o resultado fiscal do governo. Isso
é uma falácia, porque o resultado fiscal hoje é muito melhor que há dez anos.
Saímos de uma dívida pública líquida de 60,4% do PIB para um patamar entre 33%
e 34% do PIB. A dívida bruta também vem se mantendo nos mesmos patamares.
PS: O portal Viomundo tratou disso em um programa da série Nova
África, no passado. Mostrou
como os chineses fizeram obras em Cabo Verde — de um shopping center a represas
para água de chuva — com suas próprias empresas e levando até os operários e
engenheiros! Com isso turbinam sua própria economia e melhoram relações
diplomáticas com os países africanos, pois não impõe as condicionalidades
neoliberais do FMI ou do Banco Mundial. Essa direita brasileira, que só vai a Miami
fazer compras, é muito mal informada!
As pessoas precisam antes, entender tudo sobre a máquina administrativa do país para ter uma opinião formada e para também serem formadores de opinião. A oposição tem usado exaustivamente as construções em cuba, para denegrir e boicotar a reeleição da presidenta e o pior, é que eles estão conseguindo enfiar tudo isso nas cabeças mal informadas dos eleitores. Voto no Aecio mas entendo perfeitamente está transação.
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