O “aecioporto” e o Incêndio em Cláudio
por Altamiro Borges, em seu blog
O Portal G1, da poderosa Rede Globo, deu uma notinha minúscula,
quase imperceptível, nesta quarta-feira: “Um incêndio foi registrado em um lote
vago na noite de segunda-feira (11) e atingiu um galpão da Prefeitura de
Cláudio, que fica ao lado. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas
ficaram confinadas em um cômodo de aproximadamente 9 m² no segundo andar. As
chamas destruíram a sala onde ficavam arquivos, computadores, materiais de
escritório e tecidos. Apesar disso, ninguém ficou ferido”.
O curioso, para não dizer sinistro, é que a pequena cidade do
interior de Minas Gerais ficou famosa nas últimas semanas pela descoberta de
que sedia um aeroporto na fazenda do tio de Aécio Neves, construído com R$ 14
milhões dos cofres públicos quando este era governador do estado. A Folha
tucana foi a primeira a revelar o escândalo – o que gerou suspeita de “fogo
amigo” no ninho. Já o cambaleante presidenciável do PSDB se enrolou todo para
explicar o episódio. Dizem até que ficou irritado com uma pergunta de Willian Bonner,
no Jornal Nacional, sobre o caso!
Agora, um incêndio destrói o galpão “onde ficavam arquivos,
computadores” – segundo o insuspeito G1. Como já alertou Miguel do Rosário, do
blog O Cafezinho, esta história é muito estranha. “Cláudio é a cidade do aecioporto.
Documentos sobre os voos de Aécio, entre outros, ficavam guardados na
prefeitura… Recentemente, algumas pontas estavam sendo ligadas. Um ponto de
refino de cocaína foi estourado pela polícia no fim do ano passado. O
‘helicoca’ pousou muito perto de lá, antes de ir ao Espírito Santo. O incêndio
veio bem a calhar… Claro, foi só coincidência”.
Após o primeiro impacto das denúncias sobre o “aecioporto”, a
mídia tucana simplesmente abafou o caso. Veja inventou factoides sobre a CPI da
Petrobras e O Globo especulou sobre adulterações no Wikipédia. Como o
helicóptero da aecista família Perrella, apreendido pela polícia com 450 quilos
de cocaína, o escândalo virou pó. Sumiu dos jornalões e das telinhas da tevê.
As corporações midiáticas não acionaram os seus “jornalistas investigativos”
para apurar o caso. Nem o primo de Aécio Neves, denunciado por proteger
traficantes, foi procurado. Agora, o incêndio. Mistério!
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