Salários no Brasil Crescem o Dobro da Média Mundial
O
Relatório Global sobre os Salários 2012/13, da Organização Mundial do Trabalho
(OIT), informa que a média anual de crescimento do salário real no Brasil
superou a média mundial entre 2009 e 2011.
No
mundo, os salários cresceram 1,3% em 2009; 2,1% em 2010 e 1,2% em 2011. No
Brasil, os níveis atingiram quase o dobro: 3,2% em 2009, ano da crise; chegando
ao ápice em 2010, com 3,8%; e 2,7%, em 2011.
“Quando
os salários aumentam em consonância com o crescimento da produtividade estes
aumentos são ambos sustentáveis e estimulam um maior crescimento econômico face
ao aumento do poder de compra das famílias”, afirmou o diretor-geral da OIT,
Guy Ryder, ao divulgar o relatório, na terça-feira (5).
Mínimo
Segundo
a OIT, o aumento real do salário mínimo tem contribuído para esse resultado e
para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador brasileiro durante os
governos do Lula e Dilma, beneficiando diretamente cerca de 48 milhões de
pessoas.
Desde
2003, o valor do mínimo teve crescimento real (descontada a inflação) de
72,31%, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese).
O
relatório da organização aponta que a manutenção do crescimento dos salários no
País se deve às políticas de valorização do salário mínimo e ao ganho de
produtividade no mercado.
A
política de valorização do mínimo começou a ser elaborada em 2006 e se
consolidou a partir de 2011, quando ficou definido que o salário mínimo do
trabalhador brasileiro seria reajustado, até 2015, com base na Lei n° 12.382,
de 25 de fevereiro de 2011.
Pela
regra, a cada ano, o aumento corresponde à variação do Produto Interno Bruto
(PIB) do ano retrasado, mais a inflação do ano anterior medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
O
ganho também impulsionou os ganhos obtidos pelos trabalhadores de diversas
categorias, nas negociações com os empregadores no ano passado.
Cerca
de 95% das 685 unidades de negociação, analisadas pelo Sistema de
Acompanhamento de Salários (SAS-Dieese), conquistaram reajustes para pisos
salariais das categorias em 2013, acima da inflação medida pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo
o Balanço dos Pisos Salariais Negociados em 2013, do Dieese, o valor médio dos
pisos salariais foi cerca de 9% maior, em termos nominais, que o valor médio
observado nas mesmas unidades de negociação em 2012.
Redução da pobreza
A OIT
também destaca a valorização de salário mínimo como instrumento para a redução
da pobreza. No Brasil, um salário mínimo mais forte é uma das medidas mais
citadas para explicar a redução da pobreza, diz um trecho do relatório “2003 –
Reparando o tecido econômico e social”. O relatório destacou o crescimento de
16% da classe média entre 1999 e 2010. Segundo a OIT, isso ocorreu devido ao
fortalecimento do salário mínimo, entre outras ações.
Para o
ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, os mais
pobres ganharam mais renda nos últimos anos, com a renda dos 5% mais pobres
tendo um crescimento 5,3 vezes maior que a dos 5% mais ricos.
O
poder de compra do salário mínimo é calculado pelo Dieese de acordo com os
produtos da cesta básica. Atualmente, essa relação é a maior desde 1979. Os
produtos da cesta básica e suas respectivas quantidades mensais são diferentes
por regiões e foram definidos pelo Decreto 399 de 1938, que continua em vigor.
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