Tucanos esperneiam contra Dilma, mas deixam Minas com deficit fiscal
Senador Aécio Neves, ex-governador de Minas (e fazendo cara de macho), e Antônio Anastasia, que governou até abril deste ano quando saiu para candidatar-se a uma vaga no Senado
O
“choque de gestão” tucano levou, em 2013, a um déficit orçamentário de R$ 948
milhões e o déficit nominal R$ 8,9 bilhões. Já o déficit primário foi de R$ 86
milhões. Em 2003, 2008, 2010, 2013 os déficits nominais foram superiores a 20%
de sua receita corrente líquida. E 2014 deve fechar com o mesmo saldo negativo.
Derrotados
nas urnas, a oposição liderada pelo senador tucano Aécio Neves cria mais um
factoide, com apoio da grande mídia, em que acusa a presidenta Dilma Rousseff
de manobrar as contas da meta do superávit primário, chegando até a apelar a
Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto “crime de responsabilidade fiscal”.
A
medida enviada pela presidenta Dilma incluiu, para o cálculo da meta fiscal
primária, as desonerações fiscais implementadas pelo governo (que garantiu o
enfrentamento da crise impedindo que afetasse o emprego e renda dos
trabalhadores) e os investimentos no PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento). Tal procedimento é um padrão internacional de prestação de
contas: impostos que deixaram de ser arrecadados e investimentos feitos são
acréscimos legais e legítimos para efeito do cálculo.
O governo federal fez os ajustes dentro de uma margem legal de redefinição de
parâmetros de suas metas fiscais. Não é o caso de Minas Gerais, cujo governo
será até 31 de dezembro do PSDB de Aécio. As contas de 2013 fecharam com
deficit fiscal e, tudo indica que o mesmo acontecerá em 2014. O “choque de
gestão” tucano levou, em 2013,
a um déficit orçamentário de R$ 948 milhões e o déficit
nominal R$ 8,9 bilhões. Já o déficit primário foi de R$ 86 milhões.
A Dívida Consolidada Líquida (DCL) de Minas em 2013 no montante de R$ 79,11
bilhões, um crescimento (acima da inflação do período) de 12,27% sobre os R$
70,46 bilhões de 2012.
Na outra ponta dessa conta está a Receita Corrente Líquida (RCL), que expressa
a capacidade do Estado de fazer caixa para pagar despesas em geral e os juros e
amortizações da própria dívida. Em 2013, a RCL de Minas foi de R$ 43,14 bilhões,
com crescimento de 6,86% sobre 2012, pouco mais da metade do percentual de
evolução da dívida.
Confirmadas as estimativas contidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de
2014, de um déficit nominal de R$ 11 bilhões, o saldo será novamente negativo.
O deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) afirma que a dívida pública de
Minas que será deixada pela gestão tucana à administração do governador
recém-eleito, Fernando Pimentel (PT) supera a cifra dos R$ 90 bilhões de reais,
o que compromete orçamento do próximo ano, estimado em cerca de R$ 6 bilhões.
“De forma irresponsável, a transição em Minas Gerais ocorre como um jogo de cena, no qual
se arrolam documentos que já são públicos, listas infindáveis de nomes, mas
nada que apresente um quadro real do estado”, disse Correia referindo-se ao atraso
do processo de transição entre a Secretaria da Fazenda do atual governo tucano
e a equipe de Pimentel, que só iniciará nesta sexta-feira (28), dois dias antes
do prazo final estabelecido.
Esse atraso, considerado político por alguns, impediu que a equipe do governo
que vai assumir a partir de janeiro tivesse conhecimento da realidade
financeira e fiscal do Estado que, ao que tudo indica, é crítica.
Com informações do Minas Sem Censura e Brasil Debate
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