A tentativa do PSDB de diplomar Aécio e não Dilma
Aécio, noiado desde as eleições, chega ao TSE para receber o diploma que queria tomar de Dilma
As pessoas
se perguntavam nas redes sociais: é piada?
Mas não. Não era.
Pouco antes da diplomação de Dilma hoje, o PSDB solicitou ao TSE o
seguinte. Que, em vez de Dilma, Aécio fosse diplomado.
Quer dizer: o PSDB quer cassar mais de 54 milhões de votos.
Há detalhes até engraçados. Você pode imaginar a cena: um
mensageiro do PSDB vai em louca correria ao presidente do TSE para entregar-lhe
o pedido e, ao chegar a seu escritório, descobre que ele já está diplomando
Dilma.
Em quem teria se inspirado o PSDB? No Fluminense, que escapou da
segunda divisão no ano passado graças ao tapetão de última hora?
No grande filme de Dustin Hoffman em que ele salva a amada de um
casamento torto em plena igreja, quando ela, belíssima em seu vestido de noiva,
estava prestes a dizer sim?
O desfecho seria perfeito, como comédia, se no momento em que Toffoli entregava
o diploma a Dilma o presidente do PSDB, Aécio, irrompesse na sala e cantasse:
“Por favor, pare agora. Senhor juiz, pare agora.”
O final não foi este, e sim o esperado. Dilma foi diplomada e fez
um discurso em que sublinhou seu compromisso com a “justiça social”. Falou
também num “grande pacto”, de todos os poderes da República, contra a
corrupção.
O tempo dirá quanto ela cumprirá da agenda ampla que anunciou
nesta noite da diplomação.
Só se poderá julgar o segundo mandato de Dilma com o correr dos
longos dias.
Desde já, no entanto, é legítimo dizer que a tentativa do PSDB de
colocar o diploma nas mãos de Aécio, e não de Dilma, é um dos capítulos mais
patéticos da história política nacional.
O PSDB já não está mais se comportando como um grupo reacionário e
disposto a tudo para chegar ao Planalto por quaisquer meios. Está agindo como
um bando de lunáticos.
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