FOLHA, QUE APOIOU GOLPE, É CONTRA REVER LEI DE ANISTIA
No texto Página virada, o jornal dos Frias defende sua
posição. "Sabe-se que as décadas de 60 e
70 foram um tempo de extrema polarização na América do Sul (e em outras partes
do mundo). Facções de direita e de esquerda recorreram à violência, levando ao
colapso do regime democrático em vários países, entre eles o Brasil."
"A anistia irrestrita,
concedida pela ditadura brasileira nos seus estertores, em 1979, foi o passo
decisivo para a superação pacífica dessa crônica nefanda", afirma. "Por mais que seus efeitos possam ser repugnantes do ângulo
humanitário, sobretudo para os atingidos pela violência ditatorial, a anistia
irrestrita é um dos pilares sobre os quais se apoia a democracia brasileira.
Foi sua aceitação pelo conjunto das forças políticas que rompeu o ciclo de
retaliações iniciado em 64."
No dia anterior, na breve
reportagem Documento cita apoio da
imprensa ao golpe de 64, a
Folha, que emprestava seus carros para que presos políticos fossem levados ao
DOI-Codi, admitiu seu apoio ao golpe militar.
"Em 1964 a Folha apoiou o golpe, como quase toda a grande imprensa.
Os editoriais do jornal, como "O Brasil continua", do dia 3 de abril,
defendiam a eleição de um novo presidente pelo Congresso para concluir o
mandato de Jango e assegurar a preservação da Constituição."
O jornal também nega o
empréstimo de veículos para as forças repressivas. "Sobre a Oban, a Folha não
tomou parte em seu financiamento. Não há documentos nem testemunhos diretos que
corroborem a acusação de que a extinta "Folha da Tarde" tenha
emprestado veículos para órgãos da repressão."
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