O SENHOR DO LABIRINTO - A divina loucura de Arthur Bispo do Rosário
Flávio Bauraqui, interpretação iluminada
Com Flávio
Bauraqui, Irandhir Santos e Maria Flor, "O Senhor do Labirinto", de
Geraldo Motta, lembra a história do artista plástico sergipano
O Senhor do Labirinto
Geraldo Motta
Interno da
Colônia Juliano Moreira, diagnosticado como esquizofrênico-paranoico, Arthur
Bispo do Rosário passava os dias entre os bordados feitos com os fios do
uniforme azul do asilo e a reunião de objetos para compor sua arte exasperada.
Dizia ser um inventário do mundo para levar a Deus no Dia do Juízo Final.
Ganhou o reconhecimento de crítica, museus e bienais. Poucas vezes deixou a
cela, vestido com o manto onde inscrevia o nome dos que o ajudaram.
O Senhor do
Labirinto, filme de Geraldo Motta em codireção
com Gisella Mello previsto para a quinta 11, narra essa trajetória na ficção de
maneira menos imaginária e mais realista do rude cotidiano no hospital, sem
abrir mão da poesia que as imagens lhe oferecem, reforçadas pela bela
fotografia de Kátia Coelho. Um iluminado Flávio Bauraqui interpreta Bispo em
todas as fases, a paixão pela médica Rosângela (Maria Flor) e a amizade e apoio
do carcereiro Wanderley (Irandhir Santos). Eles envelhecem e a maquiagem pesa
na caracterização, mas não prejudica a fruição da dor e beleza de uma
existência complexa.
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