Um depoimento sobre Graça Foster que a imprensa não vai publicar
Renata não será ouvida por nenhum jornal
Você se informa melhor nas redes sociais no que na grande mídia em
muitos assuntos.
Este é um fato da Era Digital.
Tente achar na Folha, na Globo ou onde for um perfil que
ajude você a conhecer melhor a personagem que está no centro dos holofotes:
Graça Foster, presidente da Petrobras.
Nada.
Gosto de
citar uma das missões mais nobres do jornalismo: jogar luzes onde há sombras.
Mas as grandes empresas jornalísticas, movidas por seus interesses políticos e
sobretudo econômicos, fazem rotineiramente o oposto: acrescentam sombras onde
já as há.
Para
conhecer melhor Graça Foster encontrei, ao pesquisar a Petrobras no Twitter,
uma “conversa” entre Leilane Neubarth, da Globonews, e a jornalista Renata
Victal.
Regina
trabalhou na Petrobras três anos e meio, e conta que conheceu Graça há mais de
vinte, “quando nem gerente era”.
A conversa
se iniciou quando Leilane anunciou, no Twitter, que ia entrevistar Venina
Velosa da Fonseca, “uma brasileira digna de respeito, que nos enche de
orgulho”.
Renata
cumprimentou Leilane. “Parabéns pelo trabalho, Leilane. A Petrobras deve
explicações”, escreveu Renata.
Repare: ela
estava cumprimentando Leilane.
Um tuiteiro
chamado Oldon Machado entrou na conversa. “Não seria o caso de aprofundar o
trabalho investigativo do Valor antes de comprar “heróis”? Calma, imprensa.”
Este tuite
deveria estar pendurado em toda redação. O senador Demóstenes não teria sido
tratado como herói se o conselho despretensioso de Oldon Machado fosse seguido.
Renata
achou que devia explicações, embora a observação fosse a Leilane. “Não compro
herói, nem acho que a Graça tem culpa. Muito pelo contrário. A conheço bem e
sei que é honesta.”
Terminado o
espaço de 140 caracteres, ela continuou: “Apenas acho que a denunciante também
tem seu valor e coragem. Quem trabalha ou já trabalhou na Petrobras sabe …”
Renata,
veja, reconheceu o “valor e a coragem” de Venina. “Como cidadãos, temos de
cobrar a apuração dos fatos.”
Isto mostra
um pensamento independente, dentro das atuais circunstâncias, e dá mais valor a
seu depoimento.
Vou
destacar algumas frases:
·
“Trabalhei
com a Graça três anos, mas a conheço há uns vinte. Mais honesta não há.”
·
“Tenho
certeza de que estas notícias estão aí, em parte, pelo trabalho da Graça,
mulher íntegra e honesta.”
·
“Quem
conhece confia. Eu seria a primeira pessoa a criticar se soubesse de algo. Não
tô ganhando nada para defender ninguém.”
·
“Desde que
assumiu, Graça Foster tem feito tudo para tirar a empresa do buraco e tapar o
ralo por onde escoa o nosso dinheiro.”
·
“Aliás, não
entendo por que tamanho silêncio. Ela tem como provar que está tapando esses
ralos.”
·
“Nunca
conheci pessoa que trabalhe mais e melhor que a Graça. Ela é determinada, tem o
pensamento ágil e é honesta. Tem também bom coração.”
·
“Dei minha
opinião sobre o caso Graça Foster-Petrobras porque não consegui ficar calada
diante das coisas que tenho lido.”
É o chamado
“outro lado”. Mas quem, na mídia, quer ouvir depoimentos como o de Renata
Victal?
Quem
conhece as redações de hoje sabe. Se um repórter chega aos editores com uma
entrevista com alguém que diga coisas parecidas com o depoimento espontâneo e
acidental de Renata Victal, corre um risco sério de ser despedido.
A pontapés.
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