Globo faz de conta que descobriu a corrupção no futebol
No
mini-editorial lido por William Bonner (Boinamerd é seu nome de batismo) depois da cobertura do Jornal Nacional
sobre o escândalo da FIFA, o Grupo Globo fez que não era com ele.
Nenhuma menção,
obviamente, ao fato de que a empresa foi multada pela Receita Federal em mais
de 600 milhões de reais por sonegar impostos na compra das transmissões das
Copas de 2002 e 2006, tendo usado o artifício de montar uma front company
(jeito chique de dizer empresa laranja) de nome Empire no refúgio fiscal das ilhas
Virgens Britânicas.
A Globo
faz de conta que João Havelange não é igual a Ricardo Teixeira, que é igual a
José Maria Marin, que é igual a Marco Polo Del Nero, com nuances aqui e ali.
Com isso, afastou a pergunta óbvia: por que só agora a emissora resolveu tratar
de corrupção no futebol? Por que fez uma reportagem laudatória a Ricardo
Teixeira quando ele deixou o cargo de presidente da CBF?
A Globo faz de
conta que J. Hawilla era apenas “dono de uma afiliada”, evitando outra pergunta
óbvia: será que o ex-repórter comprou as emissoras da TV TEM da família Marinho
usando dinheiro de propina?
Tudo indica que
sim, já que a promotoria de Nova York foi clara: o esquema envolvendo U$ 150
milhões em propinas funcionou durante 24 anos!!!
Ricardo Teixeira
está metido no esquema até a medula. Ele é o “co-conspirator” de número 13
mencionado nos documentos da Justiça dos Estados Unidos, já que era presidente
da CBF quando foi assinado o contrato da entidade com a Nike. É apenas uma
questão de tempo até que seja chamado a se explicar, se não for indiciado no
prosseguimento das investigações do FBI.
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