“MONUMENTAL FRACASSO DOS MARCHADEIROS”
O jornalista Ricardo Kotscho aponta hoje, em seu blog,
o "vexame" e o "monumental fracasso dos marchadeiros", que,
liderados por um "pivete" - Kim Kataguiri (Kim Kata Guri*), do Movimento Brasil Livre
- pretendiam ontem reunir 40 mil pessoas em Brasília, depois de uma marcha
desde São Paulo. O evento "só não acabou ignorado pela mídia porque alguns
coordenadores do grupo conseguiram ser recebidos pelo presidente da Câmara,
Eduardo Cunha", diz Kotscho. Leia abaixo:
Que vexame! Veja o fracasso dos
marchadeiros.
Eles
programaram uma entrada triunfal em Brasília, esperando reunir pelo menos 40
mil pessoas nesta quarta-feira, ao final da "Marcha pela Liberdade",
organizada pelo Movimento Brasil Livre, que saiu de São Paulo e levou 33 dias
para percorrer 1.175 quilômetros a pé, com o objetivo de protocolar um pedido
de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A
Polícia Militar do Distrito Federal preparou uma operação especial para receber
a multidão em frente ao Congresso Nacional. Coordenador da operação, o tenente
coronel Frederico Santiago levou uma tropa de 150 homens e deixou de prontidão
outros 2 mil militares. Quando a grande manifestação chegou, havia um PM para
cada dois marchadeiros, segundo relato do repórter Leandro Prazeres.
"Nossa
estimativa foi feita com base no que as organizações passaram para a Secretaria
de Segurança Pública. Não entendo nada de política, mas não sei como eles
chegaram a esse número. De qualquer forma, estamos a postos", anunciou o
tenente coronel Santiago.
Liderada
por um pivete, a marcha que pretendia mobilizar simpatizantes, atrair a adesão
popular ao longo da caminhada e ser recepcionada por caravanas vindas de outras
cidades não chegou a reunir 300 pessoas na rampa do Congresso, onde foi
recebida apenas por alguns líderes da oposição do porte de Carlos Sampaio, Jair
Bolsonaro e Ronaldo Caiado.
Foi
um monumental fracasso, que só não acabou ignorado pela mídia porque alguns
coordenadores do grupo conseguiram ser recebidos pelo presidente da Câmara,
Eduardo Cunha, que este ano já havia recusado sumariamente outros três pedidos
de impeachment, mas prometeu encaminhar o pedido do MBL "para análise
técnica" da sua assessoria jurídica.
Quando
saíram de São Paulo, os marchadeiros de Kim Kataguiri, estudante de 19 anos,
sonhavam alto, como ele anunciou pelo "Facebook: "No dia 27 de maio
ocupemos a frente da Câmara para que os congressistas se sintam pressionados a
atender a nossa pauta".
O
MBL logo ganharia a adesão do deputado suplente Roberto Freire, presidente do
PPS, que escreveu em seu Twitter: "Vamos mobilizar todos os partidos de
oposição e oposicionistas de todos os partidos para a Marcha e o ato em
BSB".
Nada
disso aconteceu. Nenhum grande cacique tucano foi visto dando apoio à
tragicômica aventura dos marchadeiros. Só apareceu uma faixa empunhada por
anônimos atrás da mesa onde Cunha se reuniu com os lideres do MBL, em que se
lia: "O PSDB saúda a Marcha pela Liberdade - Vocês são exemplos da
cidadania e esperança para um Brasil livre da corrupção".
Pois
não é que poucas horas depois, por ironia do destino, dando um cavalo de pau na
votação do dia anterior, Eduardo Cunha conseguiu aprovar a emenda que coloca na
Constituição o financiamento privado de campanhas eleitorais? Parece ficção,
mas é real, caros leitores.
E
vamos que vamos.
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