CONTRA A DIREITA GOLPISTA, ATÉ DELFIM NETO DEFENDE BNDES E CRITICA VIRA-LATISMO









O economista Delfim Netto, que foi ministro da Fazenda durante o chamado "milagre econômico", se levantou contra a onda de ataques ao BNDES e defendeu a política de estímulo às exportações do banco.

"É abusivo dizer que o BNDES é uma 'caixa-preta' e é erro grave afirmar que deve dar publicidade às minúcias de suas operações, o que, obviamente, revelaria detalhes dos seus clientes que seriam preciosas informações para nossos concorrentes e, portanto, contra o Brasil", disse ele, no artigo "Exportação de serviços e o complexo de vira-lata", publicado no jornal Valor Econômico.

Segundo Delfim, os ataques ao BNDES, como o desta terça-feira, no Globo (leia mais aqui), refletem o clássico 'complexo de vira-latas' diagnosticado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues. "É lamentável que não se compreenda que os recursos do BNDES-Exim não são remetidos para o país onde se faz o investimento. São usados como pagamentos em reais no Brasil, para centenas de empresas médias e pequenas, com milhares de operários, que fornecem os produtos 'exportáveis', sem serem diretamente exportadoras", diz Delfim.

Ele diz ainda que o Brasil tem uma posição modesta no financiamento às exportações, quando comparado a seus concorrentes. "De acordo com informações internacionais confiáveis ('Engineering News Record'), ainda ocupamos uma participação muito modesta no setor: sete vezes menor do que Espanha, EUA e China e quatro vezes menor do que Alemanha, França e Coreia. Somados, esses competem – com subsídios – por 2/3 de um mercado da ordem de US$ 550 bilhões por ano", diz ele.

"Não há maior afirmação do 'complexo de vira-lata' do que demonizar o suporte do BNDES quando financia despesas em reais que geram produção e emprego no Brasil", prossegue Delfim. "E não há maior miopia do que não enxergar que 'exportar é o que importa'".

Confira abaixo resposta do BNDES à reportagem do Globo, que chamou de "rasa":

Nota do BNDES: reportagem de "O Globo" sobre exportações

16/06/2015


A reportagem "BNDES causa perdas de R$ 1,1 bi por ano ao FAT" revela uma incompreensão básica em relação ao papel de um banco de desenvolvimento. O cálculo considera o rendimento obtido pelo FAT Cambial e o compara com custos de mercado, chegando à referida cifra. Por que não, então, extrapolar a premissa rasa da reportagem para o total da carteira do BNDES? Sob este ponto de vista, meramente financeiro, seria muito mais vantajoso aplicar todos os recursos do BNDES no mercado, à taxa Selic, por exemplo. A consequência, no entanto, seria nefasta para os investimentos. É isso que o país deseja? A verdade é que o Brasil não pode abrir mão de um setor exportador forte, em que os bens e serviços de maior valor agregado tenham relevância. O que permite que possamos competir em condições de relativa igualdade com nossos concorrentes internacionais é o arcabouço estabelecido por lei nos anos 90, que tem o FAT Cambial como fonte de recursos para os créditos à exportação. Esta é uma política de Estado que independe do governo de turno. Finalmente, diferentemente do que insinua o texto, a destinação de recursos do FAT ao BNDES, definida pela Constituição, não consome fundos que seriam usados para pagamento do abono salarial ou do seguro desemprego.





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