O que a mídia é capaz de fazer para você odiar os oprimidos, e amar os opressores”.









Leopoldo López está preso na Venezuela há um ano e cinco meses. Albert Woodfox está preso há 43 anos em uma solitária nos EUA. Um é um criminoso e corrupto e o outro é um preso político. A mídia hegemônica, como sempre, assassina a verdade em nome dos seus interesses de classe. 


O coxinha golpista 

Leopoldo López é um homem rico, de uma rica família ligada ao setor industrial e petrolífero venezuelano. Formado em Havard, é líder de grupos de extrema-direita venezuelana e explicitamente um pau mandado de Washington. Em 2002, foi um dos incentivadores do golpe que tentou afastar o presidente eleito Hugo Chávez do poder. Em 2008, como prefeito de Chacao, foi condenado por mau uso de recursos públicos.


“Popular, carismático, imprevisível, arrogante e sedento de poder” (segundo uma reportagem da BBC) em 2014 foi o articulador de uma tentativa de golpe contra o recém-eleito presidente Nicolas Maduro. O prédio do Ministério da Justiça foi incendiado e, nos confrontos de rua, mais de 40 pessoas morreram. Julgado e condenado pela justiça venezuelana como autor intelectual dos crimes, virou o “símbolo” de uma mídia hipócrita. Nesta segunda-feira (15), o jornal golpista O Globo publica um texto com a chamada “Nos cárceres de Maduro” e a manchete: “Fome de liberdade”, onde fala sobre a greve de fome que López faz há três semanas. O Globo e o restante da mídia hegemônica têm seu herói, incensado por emblemáticas figuras da direita brasileira e mundial.


Um verdadeiro herói

Albert Woodfox é um negro pobre que, na década de 1970, lutava contra a opressão racial nos EUA, militando no partido Panteras Negras. Ele e dois companheiros de partido, Robert Hillary King e Herman Wallace foram colocados no regime de isolamento em 18 de abril de 1972, acusados pela morte de um guarda em uma rebelião (ficaram conhecidos como os três de Angola). Duas vezes eles conseguiram anular a condenação. Mas King só foi libertado em 2001 e Wallace morreu alguns dias após ser solto, em 1º de outubro de 2013. 


A própria viúva do guarda morto é uma ativista em favor da libertação de Woodfox. Segundo ela, “li todas as provas e ninguém me convence do contrário: eles são inocentes”. No dia 08 de junho o juiz federal James Brady ordenou a libertação imediata do prisioneiro e escreveu “Mr. Woodfox permaneceu em condições extraordinárias de confinamento por aproximadamente 40 anos, e ainda hoje não há condenação válida para mantê-lo na prisão, ainda mais em uma solitária”. 

Apesar da ordem do juiz federal, Woodfox até o momento continua preso e o procurador-geral de Louisiana (um dos estados mais racistas dos EUA), Buddy Caldwell, garantiu que fará tudo para manter na cadeia um homem inocente que está na solitária há 43 anos. E não se vê O Globo e outros veículos da subserviente, rastejante e invertebrada mídia brasileira falando nos “cárceres de Obama”. Bem dizia Malcom X: “Se você não for cuidadoso, a imprensa fará você odiar os oprimidos, e amar os opressores”.




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