POLÍCIA FEDERAL COM O CONHECIMENTO DO MINISTRO DA JUSTIÇA, PEDIU PARA INVADIR CASA DE PIMENTEL
Minas 247 – Os investigadores da
Operação Acrônimo, da Polícia Federal, pediram ao Superior Tribunal de Justiça
(STJ) autorização para cumprir mandado de busca e apreensão na residência
oficial do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), mas teve o
pedido negado. A solicitação também foi negada para a realização de buscas na
sede do PT no Estado.
Apesar de negado, o simples pedido da PF, comandada pelo
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que já havia
apontado abusos na Operação
Acrônimo, pode provocar uma crise de graves proporções no País. Cardozo tem
sido criticado por não controlar alas radicais da corporação. Na Lava Jato,
delegados que fizeram campanha para o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG) na
disputa presidencial prosseguem na caçada ao PT e ao ex-presidente Lula.
Na
nova fase da operação deflagrada nesta quinta-feira 25, um dos alvos da PF foi
um imóvel localizado em um prédio em Belo Horizonte, onde funcionava o
escritório de campanha de Pimentel em 2014. A casa do governador fica ao lado,
mas a PF não esteve lá. A operação teve início após uma denúncia
anônima em outubro de 2014, quando a PF localizou e apreendeu R$ 113
mil em uma aeronave que chegava a Brasília.
Na última fase da ação, deflagrada no último dia 29, agentes da
PF cumpriram mandado de busca e apreensão na residência onde Carolina
Oliveira, que é esposa do governador, morou em Brasília. A primeira-dama se disse
"surpresa"com a ação. Pimentel
nega irregularidades na
campanha. Leia
aqui artigo do jornalista
Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, em que aponta que a ação
contra Pimentel "é de natureza política".
Abaixo,
reportagem da Agência Brasil sobre a nova fase da operação:
PF deflagra nova fase de
operação contra lavagem de dinheiro
Pedro
Peduzzi - A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (25) nova fase da Operação
Acrônimo, que investiga um grupo suspeito de ter praticado crime de lavagem de
dinheiro. Foram expedidos mandados de busca e apreensão em diferentes
localidades do país. Como a investigação corre sob sigilo, o órgão não tem dado
detalhes sobre o caso, nem apresentado o nome de suspeitos. A operação é
resultado de uma investigação iniciada em outubro de 2014 quando, após
denúncias anônimas, policiais federais localizaram e apreenderam R$ 113 mil em
uma aeronave que chegava a Brasília.
Desde
então, os policiais acompanharam suspeitos e analisaram dados obtidos a partir
de apreensões, em especial dispositivos de mídia como notebooks, smartphones e
tablets. A PF suspeita que, entre os recursos que circulavam nas contas de
pessoas físicas e jurídicas ligadas aos investigados, havia dinheiro com origem
em fraudes a partir de contratos com órgãos públicos, e que notas fiscais eram
emitidas para o pagamento de serviços não prestados ou com sobrepreço.
No
dia 29 de maio, quando a Operação Acrônimo cumpriu 90 mandados de busca e
apreensão no Distrito Federal e nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul
e Goiás, a PF informou que, para tentarem ocultar a origem dos recursos, os
suspeitos usavam laranjas e empregavam uma técnica conhecida como smurffing –
fracionamento de valores para disfarçar e dificultar a identificação de grandes
movimentações bancárias.
Entre
as cinco pessoas presas na época estavam o ex-assessor do Ministério da Cidades
Marcier Trombiere; Benedito de Oliveira Neto, conhecido como Bené e dono da
Gráfica Brasil; Pedro Augusto de Medeiros, apontado como laranja de Benedito; e
Victor Nicolato, sócio de Benedito. No ano passado, Bené atuou na campanha do
então candidato e atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que nega
ser objeto de investigação no processo.
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