Um juiz a serviço da Globo e do PSDB?* (*interrogação acrescentada por este blog).
A esposa do juiz Sérgio Moro, que está à
frente da Operação Lava Jato, advoga para o PSDB do Paraná e para
multinacionais de petróleo. A denúncia foi publicada no Wikleaks.
O fato já seria suficiente para inviabilizar a
participação do juiz Moro no processo que apura a corrupção na Petrobrás
(Operação Lava Jato). O Código de Processo Civil, em seu artigo 134, manda
arguir o impedimento e a suspeição do juiz: “ IV- Quando nele estiver como
advogado da parte o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguínio ou afim,
em linha reta: ou na linha colateral até o segundo grau”.
Mais claro impossível. Ora,
quem são os principais interessados na Operação Lava Jato, que afeta
diretamente a Petrobrás? O PSDB e as multinacionais do petróleo, clientes da
mulher de Moro! São eles os grandes beneficiados com essa Operação.
Na véspera da eleição presidencial, a Revista
Veja estampou uma foto da então candidata Dilma, afirmando: “Dilma e Lula
sabiam da corrupção na Petrobras”. A TV Globo repercutiu no Jornal Nacional.
A capa da Veja – um panfleto pró-Aécio – e o
noticiário da emissora de maior audiência (ainda que decadente) manipularam até
o final e certamente conseguiram arrancar alguns milhões de votos da
presidenta, embora não o suficiente para derrotá-la.
Depois do estrago causado, a farsa montada
pela Veja e pela Globo foi desmentida. O próprio advogado do doleiro Alberto
Youssef (suposto delator) assegurou que “o seu cliente não fez declaração
alguma envolvendo os nomes de Lula e Dilma”. Quem provavelmente “sabia” da
manipulação montada, era o juiz Sérgio Moro.
Parcialidade e blindagens se revelam como
um novo escândalo
Por que não são investigados e punidos os empresários de comunicação que falam
e escrevem o que bem entendem, contra tudo e contra todos, sem nenhuma
regulamentação?
Por que esses escândalos não têm a mesma repercussão na mídia? O que se diz é
que órgãos de comunicação também estariam envolvidos, em escândalos
bilionários, como o Swisslaikes, Zelotes e Trensalão.
A lei determina que todos os envolvidos em corrupção, corruptos e corruptores,
depois da ampla defesa e, se condenados, sejam presos e os bens adquiridos por
meio da corrupção sejam ressarcidos. Mas a regra deveria valer para todos os
partidos!
A TV Globo deu ao juiz Sérgio Moro o título de personalidade do ano. A TV Globo
apoiou e cresceu à sombra da ditadura, foi contra as eleições diretas e, no
governo de FHC, na década de 1990, fez campanha pela privatização da Petrobrás,
comparando a estatal a um paquiderme e chamando os petroleiros de marajás.
A Globo e o PSDB sempre defenderam a privatização da Petrobrás. O seu projeto
de país tem sido derrotado nas urnas. Mas, por vias transversas, está sendo
retomado. É o que aponta o projeto do senador do José Serra que retira a
Petrobrás como operadora única do pré-sal e acaba com o regime de partilha,
retornando ao pior modelo, que é o de concessão, instituído em 1997 pelo
entreguista FHC.
Como funcionário da Petrobrás e brasileiro não posso aceitar calado essa
tramoia contra a empresa que é o maior patrimônio da nação e a única que pode
pagar a dívida social que temos com nosso povo. A sociedade não pode permitir
que a Globo e o PSDB destruam a Petrobrás.
* Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
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