Cunha segura requerimentos de investigação de 28 deputados, incluindo ele mesmo
O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), retém sem decisão, há várias
semanas, oito requerimentos para abertura de investigação na Corregedoria da
Casa contra 28 parlamentares, incluindo ele próprio.
O PSOL pediu abertura de sindicância para que seja apurado o
suposto envolvimento de Cunha e outros 21 colegas com o esquema revelado na
Operação Lava Jato.
Sem o despacho de Cunha, a Corregedoria fica impedida de
abrir a investigação.
A representação foi protocolada pelos cinco deputados do
PSOL em 10 de março. O partido pretendia a abertura de sindicância sobre os 22
deputados que foram alvo de inquéritos abertos no STF (Supremo Tribunal
Federal) em desdobramento da Lava Jato.
A Folha apurou que foi emitido um parecer da
assessoria jurídica da Secretaria-Geral da Mesa que recomendava o arquivamento
do pedido, alegando que a Casa não precisa averiguar a conduta de seus pares,
já que isso já está sendo feito no STF.
Em sua representação, o PSOL argumentou que, a despeito das
medidas do Judiciário, é necessário haver “uma apuração no seio do próprio
Poder Legislativo, em defesa de sua credibilidade”.
Cunha ainda não autorizou o arquivamento para evitar a
suspeita de que age em proveito próprio, segundo a Folha apurou. A
ideia discutida no comando da Casa é que outro deputado, durante uma ausência
de Cunha, autorize.
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