FINANCEIRAMENTE QUEBRADA, A VEJA TRANSFORMOU-SE EM PARTIDO POLÍTICO DISFARÇADO DE REVISTA
Integrante do Instituto
de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), Jeferson Miola
atacou a nova farsa da Veja contra o ex-presidente Lula. Segundo ele, a atuação
partidária da Veja não é novidade: “para a revista, ter status de 'empresa de
comunicação' serve de fachada para o crime”.
Desta
vez, Veja afirma que chegou "a vez dele", a respeito de uma suposta
delação premiada de José Adelmário Pinheiro, executivo da OAS, que foi preso na
Lava Jato.
No
entanto, antes mesmo de chegar às bancas e à casa dos assinantes, a reportagem
foi desmentida pela OAS. “Sobre a reportagem da Veja deste final de semana,
José Adelmário Pinheiro e seus defensores têm a dizer, respeitosamente, que ela
não corresponde à verdade. Não há nenhuma conversa com o MPF sobre delação
premiada, tampouco intenção nesse sentido”, disse, em nota, a empresa.
Leia o artigo
de Miola, para a Carta Maior, sobre o assunto:
O
lixo semanal da revista Veja traz na capa um close do rosto desfigurado do Lula
com uma chamada ameaçadora: “A vez dele”. No subtítulo, faz alusão a supostas
revelações do empreiteiro da OAS, que incriminariam Lula. De sobremesa, a
revista oferece uma chanchada: “como o filho Lulinha ficou milionário”.
A Veja não surpreende; iludidos são aqueles seres humanos de boa fé que ainda
se surpreendem com a vilania daquela revista. A Veja apenas ensina que a
patifaria, o ódio e o desprezo de classe não têm limites.
Empregando linguagem asquerosa, a revista investe contra Lula com um
desrespeito inaceitável a um ex-Presidente. Em qualquer democracia, ensejaria à
prisão pelo crime de ofensa à honra: “Léo [Léo Pinheiro, da OAS] e Lula são
bons amigos. Mais do que por amizade, eles se uniram por interesses comuns. Léo
era operador da empreiteira OAS em Brasília. Lula era presidente do Brasil e
operado pela OAS. Na linguagem dos arranjos de poder baseados na troca de
favores, operar significa, em bom português, comprar. Agora operador e operado
enfrentam circunstâncias amargas”.
O empreiteiro desmentiu a revista, que ainda assim manteve a circulação.
A atuação partidária da Veja não é novidade. Para a revista, ter status de
'empresa de comunicação' serve de fachada para o crime”. A quatro dias da
eleição de outubro de 2014, Veja antecipou em dois dias seu lixo semanal
trazendo na capa Dilma e Lula em close e a chamada “Eles sabiam de tudo” [sic],
com um subtítulo espalhafatoso baseado em suposto depoimento do
doleiro-criminoso Youssef.
Tanto antes como agora, a revista não baseia suas infâmias em fatos concretos,
mas simplesmente em mentiras e elucubrações que satisfazem a obsessão
patológica de desmoralizar Lula, Dilma e o PT.
Não é só a Veja que usa a “liberdade de expressão” como álibi para a prática
criminosa. Este é o método da mídia oposicionista e seus servos ideológicos.
Merval Pereira, do jornal O Globo, é um praticante contumaz dessa técnica. Na
coluna de sábado 25.07 [“O diálogo inviável”] Merval perpetrou um repertório de
acusações que decerto lhe foi servido pelo seu colega FHC no chá da tarde na
Academia Brasileira de Letras:
“... o PT revelou-se um partido que adota meios corruptos para fazer política,
e usa o Estado para financiar seus esquemas, com o objetivo de dominar a
máquina pública pelo maior tempo possível;
o PT ... é, até que se prove o contrário, o único [Partido] que sequestrou o
Estado brasileiro para montar um esquema de domínio político na tentativa de se
perpetuar no poder;
... o PT inaugurou uma nova fase da corrupção brasileira, muito mais danosa à
democracia por que se alimenta da própria máquina do Estado para continuar
dominando-a indefinidamente;
... para, através do desvio de recursos do Estado brasileiro, controlar a vida
partidária nacional e desvirtuar o sistema de coalizão partidária através de
distribuição de verbas ao Legislativo, envenena o nosso sistema democrático,
desmonta a convivência harmônica entre os Poderes da República, quebra o
sistema de pesos e contrapesos próprio da democracia representativa;
Como partido organizado e bem comandado, o PT transformou a roubalheira
generalizada em instrumento de controle político. O que mudou nos anos petistas
é que a roubalheira nas principais áreas do governo foi monopolizada pelo
esquema político que almeja a hegemonia. Sem mudar essa postura diante da
democracia, não há razão para a busca de um diálogo”.
O Presidente Lula nomeou diretamente dois presidentes da Petrobrás – José
Eduardo Dutra e Sérgio Gabrielli. A Presidente Dilma nomeou Maria das Graças
Foster e Aldemir Bendine. Durante os 16 meses de frenético espetáculo
jurídico-midiático da Operação Lava Jato que começou em março de 2014, nenhuma
autoridade da Petrobrás designada diretamente por Lula e Dilma estão indiciadas
ou são suspeitas.
As pessoas da própria Petrobrás implicadas na corrupção, como se sabe, são
cinco ou seis funcionários de carreira de uma empresa que tem no seu quadro
funcional quase 250 mil empregados.
Entre os outros mais de sessenta envolvidos no escândalo que foram arrolados
até o momento pelo Judiciário, apenas um deles é do PT, o ex-tesoureiro. Os
demais são empresários, lobistas, consultores, doleiros, além de agentes
políticos que pertencem ao PMDB, PP, PSB, PSDB e que representam a maioria dos
políticos implicados.
Apesar disso, o espetáculo jurídico-midiático promove intencionalmente uma
narrativa desequilibrada e desproporcional para desmoralizar o PT.
Merval precisa comprovar a materialidade das imputações feitas ao Partido. Elas
são de tal gravidade que, se verdadeiras, implicariam na proscrição de qualquer
organização com as características por ele arroladas. Caso o colunista da Globo
não comprove suas palavras levianas, não resta outro caminho que não um
processo judicial pela ofensa desferida a quase um milhão e seiscentos mil
pessoas filiadas ao PT.
Para a revista Veja, o caminho é o mesmo, e deve começar pela apuração do crime
cometido na véspera do segundo turno eleitoral de 2014, até hoje sem resultados
conhecidos.
Nunca antes na história do Brasil o ambiente esteve tão intoxicado pelo
reacionarismo e por práticas fascistas que difundem ódio e intolerância. É
essencial agir-se urgentemente contra essa realidade usando os remédios da
democracia, das leis e da Constituição.
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