A "FRENTE" CUNHÃO: Mendonça Filho, Agripino Maia e Carlos Sampaio
Eleitos pela elite golpista, esses três não têm vergonha também de defender Eduardo Cunha
A denúncia do Procurador Geral da República Rodrigo Janot contra
o presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha inaugura um novo tempo no jogo
político.
Durante o dia, segundo
os jornais, Cunha foi se aconselhar com os aliados. E aí se revela a hipocrisia
do jogo político.
Agripino Maia, senador
pelo Rio Grande do Norte, e da frente ampla pelo impeachment de Dilma Rousseff,
defendeu a permanência de Cunha no cargo. Mendonça Filho, líder do DEM na
Câmara – e um dos articuladores da eleição de Cunha para a presidência da casa
– declarou judiciosamente que “ninguém pode ser condenado antecipadamente, nem
blindado” (http://migre.me/rfvYj).
Durante o dia, Mendonça
e o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, foram procurados por Cunha atrás
de conselhos (http://migre.me/rfwd1).
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Em 85 páginas a denúncia
se assemelha a uma reportagem bem elaborada, sem o linguajar opressivo dos
advogados.
Relata cada etapa do
jogo mantido com a Diretoria Internacional da Petrobras para o aluguel de
navios-sonda, preenche a delação com detalhes dos lugares onde teriam ocorrido
reuniões, os arquivos da Câmara comprovando as pressões de Cunha contra a
Mitsubishi, para a regularização das propinas.
É um excelente roteiro
sobre os métodos modernos de investigação. Através da análise do sinal de rádio
do celular de um dos suspeitos, consegue-se determinar sua localização
justamente no prédio que o delator apontara como local da reunião para tratar
das propinas.
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De um lado, mostra a
incrível facilidade com que, na Petrobras, se aprovavam contratos de mais de
US$ 1 bilhão sem maiores precauções. Ninguém conseguiria agir livremente, à
salvo dos controles internos da companhia, sem um padrinho político forte e
pactos políticos que garantiam liberdade de atuação.
***
O dado relevante é a
exposição dos métodos de chantagem a que Cunha recorria, valendo-se das
prerrogativas dos órgãos de controle, dentre os quais o Congresso é um deles.
Bastava um requerimento ao TCU (Tribunal de Contas da União) para implantar o
terror ao chantageado.
Nesses tempos de CPIs
alucinadas, é importante um acompanhamento pormenorizado dos trabalhos. Muitas
CPIs foram abertas com o intuito mascarado de chantagear empresas, como foi o
caso da CPI da Serasa, mais de dez anos atrás.
Manter Eduardo Cunha à
frente da Câmara, depois da exposição pública das suas jogadas, será a completa
desmoralização da oposição.
O dado curioso é que
Cunha poderá ser pego pelo dízimo. Parte das propinas foi em espécie. Outras,
transferidas através das contas de Fernando Baiano. As que têm as digitais de
Cunha são para a Igreja Evangélica de Madureira.
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