Jornal GGN - Um dia após ter sido
denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da Lava Jato,
pela Procuradoria Geral da República, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB)
foi recebido, em um evento organizado por Paulinho da Força (SD), aos gritos de
"guerreiro do povo brasileiro", "mexeu com ele, mexeu
comigo", e "ai, ai, ai, agora a Dilma cai".
Segundo
informações de O Globo, o evento no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo foi
organizado pela Força Sindical e divulgado na quinta-feira (20), poucas horas
antes de a denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot contra Cunha ser
protocolada no Supremo Tribunal Federal.
O
presidente da Câmara é acusado de receber propina no esquema de corrupção
instaurado na Petrobras. Ele teria, segundo a denúncia de Janot, feito uso até
mesmo de doações à Igreja Evangélica Assembleia de Deus para cobrar pagamentos
em espécie do lobista Julio Camargo, que trabalhava para a Samsung em um
contrato de fornecimento de navios sonda à estatal de petróleo.
Deputados encabeçados
pelo PSOL reagiram à denúncia solicitando o afastamento imediato de Cunha de
sua função de presidente da Câmara. O jurista Luiz Flávio Gomes, em entrevista
aoGGN,
levantou a tese, que invoca o artigo 86 da Constituição, de que ninguém na
linha de sucessão presidencial pode ser réu diante do Supremo (leia mais aqui).
No
evento da Força Sindical, Cunha disse que é direito seu permanecer no comando
da Câmara enquanto o processo "que será longo", na opinião dele, não
for concluído. "Renúncia não faz parte do meu vocabulário e nunca fará.
Assim como a covardia. Não há a menor possibilidade de eu não continuar à
frente da Câmara", disparou, segundo relatos de O Globo.
O
evento da Força tinha a intenção de discutir projetos no Congresso que
interessam ao sindicato, mas acabou virando um ato de homenagem e apoio ao
peemedebista. Gritos de "Fora Dilma" também foram entoados pelos
militantes. Paulinho da Força, por sua vez, disse que Cunha é a pessoa mais
"correta" que ele já conheceu na vida e o chamou, também, de
"herói", segundo a Folha desta sexta-feira (21).
Cunha
voltou a insistir na linha de defesa que abandona argumentos que contrariem o
que a PGR apresentou contra ele, e preferiu atacar o governo, dizendo que há um
acordão entre Janot e aliados de Dilma para incriminá-lo.
"É
muito estranho que num dia em que tem evento [organizado por CUT e outros
movimentos sociais contra o impeachment] daqueles que recebem dinheiro público,
pão com mortadela [...], querem achar que toda essa lama tenha que ir para o
colo de alguém que não participou dela", disse, segundo a Folha.
Ele
afirmou categoricamente que é inocente e que não vai usar seu poder para
retaliar "quem quer que seja".
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