OPOSIÇÃO GOLPISTA SE CALA SOBRE OS CRIMES DE CUNHA
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), sempre tão ágil em divulgar notas
que questionam a legitimidade do governo da presidente Dilma Rousseff, ainda
não se manifestou sobre o caso do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente
da Câmara dos Deputados, que será denunciado por corrupção e lavagem de
dinheiro, em razão de uma suposta propina de US$ 5 milhões, que teria sido paga
pelo delator Júlio Camargo.
Da mesma forma, o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, que, no início da semana, foi às redes sociais para
dizer que o governo da presidente Dilma Rousseff é "legal, mas não é
legítimo", ainda não se pronunciou sobre o caso Cunha.
Na oposição, a linha geral tem
sido de obsequioso silêncio, salvo raras exceções. Quem se pronunciou, por
exemplo, foi o presidente do PPS, Roberto Freire. "O Psol quer trazer a
crise para dentro do Congresso. A crise está nas mãos de Dilma e do Lula. Deixa
a crise lá", disse ele, referindo-se à iniciativa do Psol, que pretende
propor o afastamento do presidente da Câmara. Roberto Freire, migrou do eleitorado de Pernambuco para o ninho tucano paulista por não conseguir se eleger sequer para vereador. Fugiu de lá como um "quinta coluna"
O obsequioso silêncio que
predomina entre os oposicionistas tem uma explicação. Cunha é quem, em tese,
tem poder para abrir eventual processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff, que teria apoio do PSDB, conforme já foi dito, nesta semana, pelo
senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).
No entanto, mesmo entre os mais
ferrenhos opositores, há um consenso sobre seu isolamento e sua fragilidade.
"Se, como consequência de sua denúncia, Cunha acelerar o processo de
impeachment contra a presidente Dilma, por exemplo, restará do ato a suspeita de
que se trata de uma retaliação pessoal", escreveu o "jornalista" Merval
Pereira, do Globo, em sua coluna "O ocaso de Cunha", publicada nesta
quinta-feira.
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