DERROTADO NO STF, CUNHA PREPARA VINGANÇA
Esse canalha é o 3º na linha sucessória da Presidência da República. Cadei nele antes que isso aconteça.
A
jogada ensaiada com o ministro Gilmar Mendes não deu certo. Eduardo Cunha foi o
grande derrotado na goleada por 8 a 3 imposta pelo STF contra o 'liberou geral' da grana de empresas para campanhas eleitorais aprovado pelos deputados fiéis
ao presidente da Câmara.
Afinal, oficializar
o financiamento empresarial das campanhas, que permitiu a Cunha montar sua
própria bancada, era o principal - na verdade, o único - objetivo da sua
reforma política.
Não era o
dia de Cunha. Na noite da mesma quinta-feira, o presidente da Câmara botou a
camisa rubro-negra para torcer pelo Flamengo no Mané Garrincha, em Brasília, e
viu seu time perder por 2 a 0 para o Coritiba.
Engana-se, porém,
quem imaginar que o grande líder de fato das oposições ao governo vai se dar
por vencido. A disputa pelo poder central está só começando.
Antes de ir para o
estádio, à tarde, Eduardo Cunha promoveu um ato solene no gabinete da
presidência para receber o principal pedido de impeachment contra a presidente
Dilma Rousseff, que passa a ser seu maior trunfo contra as denúncias que
envolvem seu nome nas propinas da Operação Lava Jato. Para ele, a melhor defesa
sempre foi o ataque.
Além dos principais
líderes dos partidos de oposição, participaram da solenidade dissidentes da
base governista e representantes dos movimentos de rua, tendo à frente o
jurista Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça de FHC. "Lutamos contra a
ditadura dos fuzis, agora lutamos contra a ditadura da propina", proclamou
o jurista, ao passar a papelada para um sorridente Eduardo Cunha. Todos pediram
pressa ao presidente da Câmara.
Agora, está nas
mãos dele o destino do governo petista. Enquanto a tropa de choque das
oposições se posicionava na Câmara, o ex-presidente Lula chegava ao Palácio da
Alvorada para discutir com Dilma os próximos passos do enfrentamento da crise,
com as votações do pacote fiscal e a reforma ministerial.
Após a reunião,
anunciou-se novamente que Lula irá às ruas para defender o governo, o que não
aconteceu das outras vezes, embora tenha restrições ao pacote fiscal. Pode ser
tarde demais.
Para dar uma ideia
do clima desfavorável ao PT, recomenda-se não começar por João Pessoa, na
Paraíba, a única capital nordestina governada pelo partido. O prefeito Luciano
Cartaxo anunciou na mesma quinta-feira que irá sair do PT e se filiar ao PSD
para disputar a reeleição. "Não queremos e não vamos perder mais nenhum
minuto sequer com explicações sobre erros que outras lideranças tenham,
eventualmente, cometido", justificou.
Em São Paulo,
lideranças de 40 movimentos sociais e sindicatos - a antiga base do PT na época
da fundação do partido - marcaram para a tarde desta sexta-feira um ato de
protesto na avenida Paulista contra as medidas anunciadas pelo governo, que
jogam nas costas dos trabalhadores, segundo elas, uma crise "produzida
pelo capital".
Em Brasília, pelo
mesmo motivo, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais,
outro setor historicamente ligado ao partido, anunciou greve geral para a
próxima quarta-feira, em protesto contra a decisão do governo de adiar de
janeiro para agosto o reajuste da categoria. No mesmo dia, estão previstos
protestos do MST e do MTST, duas siglas que sempre apoiaram os governos
petistas.
"Lula está
triste, estamos encurralados. Precisamos sair dessa situação", desabafou
Frei Chico, o irmão mais velho de Lula, durante almoço ontem num bar ao lado da
sede do PT, no centro de São Paulo.
E vida que segue.
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