L'Humanité: "Que mundo desumano estamos construindo?"





Refugiados na França


Diante do que chamamos o drama dos migrantes, na realidade o drama de centenas de milhares de refugiados que fogem da guerra, do caos, e da miséria, nossa raiva e nossa emoção são imensas. Para os comunistas, o mais urgente neste momento é a solidariedade e o dever de acolher.






Por Pierre Laurent*, no L'Humanité



Nestes últimos meses, muitas vezes fomos os únicos entre as formações políticas a combater os discursos cheios de egoísmo e de ódio, exigindo a mudança na política da França e da Europa


Alertamos desde a visita aos campos de refugiados próximo de Kobane, sobre a difícil situação de milhares de refugiados, amontoados nesses campos sem nenhuma ajuda internacional.

Nossos apelos foram ignorados. Denunciamos há meses a construção de muros, fortalezas, paredes físicas e barreiras que subsistem na mente, em torno de toda a Europa, um perigoso coquetel feito de ódio e de arames farpados. 

Não paramos de nos perguntar: Que mundo desumano estamos construindo?

Enfim, graças ao empenho cívico diante da insustentável situação, graças às iniciativas de várias forças democráticas da Europa, graças ao empenho do papa e da mudança na postura de alguns Estados Europeus, estão se abrindo as travas do egoísmo. 

Saudamos o despertar das consciências e todos aqueles e aquelas que são seus construtores. O tempo já foi demasiado, perdemos muitas vidas humanas: 29 mil mortos no Mediterrâneo e nos portos da Europa.

Neste momento, a França deve se envolver com atos e não somente com palavras. Nós pedimos que nosso país:


- Respeite a Convenção de Genebra sobre os refugiados e cumpra as normas do Alto Comissariado de Refugiados da ONU nos Centros de Acolhida, dobrando sua capacidade.


- Estabeleça dispositivos de apoio médico-social, crie caminhos para a inserção profissional e para a escolarização das crianças dentro do respeito aos direitos da criança definidos pela convenção da ONU.

- Apoie a criação das redes de cidades solidárias lançadas pela prefeitura de Barcelona e as cidades francesas que se comprometam com a causa.

- Apresente uma revisão das políticas de visto da União Europeia e solicite a revogação do “Regulamento de Dublin”.

- Prover novos meios para a Frontex, (Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia) assegurar uma acolhida digna dos migrantes, viabilizando caminhos mais seguros.



Os representantes comunistas, as cidades sob direção comunista que têm grande tradição de receber refugiados e migrantes e que já tomaram várias iniciativas nestes últimos meses, se comprometem com ainda mais força, neste dever de solidariedade, partilhando suas experiências. 


Conclamo todos os comunistas franceses, a participar de todas as iniciativas cidadãs, locais, departamentais, regionais, nacionais e internacionais de solidariedade.

A festa de “l’Humanité” se anuncia como um grande momento de mobilização.

Exigimos igualmente que a França pare de alimentar as lógicas de guerra que são a origem dos terríveis dramas e do caos de que fogem os refugiados. A França parece estar, numa nova escalada de perda de qualquer autoridade na ONU, enquanto permanecer calada diante da repressão do governo de Erdogan contra os curdos. A França precisa urgentemente tomar iniciativas para buscar soluções de paz em toda região.

A França, que tem responsabilidade na desestabilização da Líbia e nas engrenagens de guerra na região, deve mudar a natureza e o objetivo de seus compromissos.

O 21 de setembro é o dia mundial da paz. Neste dia, chamamos à fazer um grande dia de ações e de mobilização pela paz, pela solidariedade e pelo acolhimento dos refugiados na França, nosso país.



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