OS GOLPISTAS EDUARDO CUNHA E MENDONÇA FILHO A CAMINHO DO ESGOTO DA HISTÓRIA
Na noite desta
terça-feira (15), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acatou
questão de ordem solicitada pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE) sobre o
andamento do processo de impeachment presidencial. Apressadamente, o deputado
José Guimarães (PT-CE), líder do governo, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP),
vice-líder do governo, e a líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ),
subiram à tribuna da Câmara para defender a democracia e o mandato da presidenta
Dilma Rousseff.
“Aqueles que pensam que Dilma Rousseff é igual
a Fernando Collor de Melo irão se surpreender. Haverá luta política de nosso
povo. Aqui no Brasil tem organização, os trabalhadores irão defender as
conquistas. Não adianta querer fazer atalhos. Na mão grande ninguém levará o
mandato da presidenta Dilma”, rebateu o více-líder do governo, Orlando Silva
(PCdoB-SP).
Nos bastidores da Câmara, já haviam rumores de que partidos da oposição fariam
o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff esta semana, mas eles
aproveitaram a sessão no Plenário da Casa para dar início às tratativas de
impeachment. A questão de ordem foi subscrita por deputados do PSDB, do
Solidariedade, do PPS, do PSC e do PTB – mesmo grupo que na última semana
lançou um movimento pró-impeachment. O líder do DEM pediu que todas as dúvidas sejam
esclarecidas em três sessões.
“O DEM quando se presta a este papel demonstra que é legítimo herdeiro da
Arena, o partido que sustentou o regime militar no Brasil. Não adianta querer
cortar caminho, atitude democrática é aguardar as eleições de 2018. Vocês têm
de ir para a rua ganhar voto a voto. Hora de crise é momento de refletir e
construir alternativas para retomar o crescimento nacional. O povo lá fora não
quer saber de briga entre governo e oposição, mas que responda aos desafios que
o país enfrenta”, destacou o deputado Orlando Silva, em um tocante discurso.
O líder do governo,
deputado José Guimarães (PT-CE), defendeu a legitimidade do mandato da
presidenta Dilma Rousseff. “Nós ganhamos a eleição e é com base nesse mandato
popular que vamos governar pelos próximos três anos e seis meses. A oposição
disputou a eleição e não aceita o resultado do voto popular”, disse.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) acusou os
oposicionistas de tentarem patrocinar um golpe de Estado: “Anunciaram aqui que
estão dispostos, através do golpe, a tentar abreviar o mandato legítimo da
presidenta Dilma Rousseff”.
A líder do PCdoB na Casa, deputada Jandira
Feghali (RJ), também saiu em defesa da estabilidade democrática no país. “Quem
faz política tem lado e neste momento nosso lado é o da democracia brasileira.
Uma democracia que veio depois de muita luta, de muita morte, e que não admite
que sem nenhum delito da Presidência da República seja acatado um pedido de
impeachment. Não há base técnica, política ou jurídica para isso. Estamos aqui
defendendo um projeto de mais Estado, de mais políticas públicas, de mais
emprego, de mais renda. Tentar emplacar um processo de impeachment agora é
golpe.”
Após a fala de Orlando Silva, o deputado Jair Bolsonaro, enfurecido, fez ao
microfone da Câmara acusações injustas e injuriosas à presidenta Dilma e ao
deputado Orlando Silva. Já na Tribuna, a deputada Jandira tentou acalmar os
ânimos. E fez um excelente discurso.
O presidente da Casa, Eduardo Cunha, não deu
prazo para a resposta sobre a questão de ordem, mas, segundo fontes, ele deverá
tratar do assunto na próxima semana.
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