INVESTIGAÇÃO SOBRE CONTAS DE CUNHA ESTAVA NA GAVETA DESDE 2006
Desde 2006, a Divisão de
Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal encontrou operações cambiais
com indícios de irregularidades atribuídas ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
e diversos outros políticos. Mas parece que a necessária investigação para
esclarecer os fatos ficou engavetada e acabou atropelada por investigações de
autoridades suíças.
Naquele
ano de 2006 foi dada entrada no Supremo Tribunal Federal (STF) a Petição Avulsa
de nº 193.787 tratando dessa investigação, possivelmente por haver muitos
políticos com foro privilegiado. Estranhamente não consta do sistema de
consultas do STF na internet o andamento dessa petição, mas sua existência é
comprovada por um despacho do ex-ministro Joaquim Barbosa no Diário Oficial.
O
problema é que a decisão de Barbosa ocorreu só no dia 6 de maio de 2014, após
oito anos de gaveta. E o pior é que foi uma decisão que não resolveu nada,
apenas fez o processo "andar de lado", ou seja, ouvido o
procurador-geral da República que, aparentemente, pediu o desmembramento de
quem não tinha foro privilegiado, Barbosa nem disse que sim, nem que não.
Passou a bola para o ministro relator decidir. Mais de ano já passou sem haver
notícias de novo andamento.
Foi
preciso o Ministério Público Suíço encontrar em abril deste ano contas
suspeitas em bancos de lá tendo como beneficiário o deputado Eduardo Cunha e
seus parentes para o Ministério Público Federal brasileiro acordar para a
investigação que já deveria ter sido feita nove anos atrás.
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