A CONSPIRAÇÃO PARA DERRUBAR DILMA VEM SENDO URDIDA E EXECUTADA HÁ MESES
Parece óbvio, e é. A
“Ponte para o futuro” que o PMDB lançou há poucos dias é o programa de governo
para uma grande coalizão de partidos. Mas não para o governo de Dilma Rousseff,
ou para um governo a ser eleito em 2018. É para o governo que, segundo os inspiradores
do documento, virá logo após o impeachment da presidente da República – ou após
sua renúncia – e será comandado por Michel Temer.
O
programa do PMDB propõe medidas de fácil aceitação pelos partidos da
centro-direita para a direita: PSDB, DEM, PPS, SD, PTB, PSD, PR, PP e
penduricalhos menos expressivos. Pode ter apoio, quem sabe, até do PSB, ou de
sua fração de centro. Não é assimilável pelo PT, pelo PCdoB, pelo PDT, pelo
PSol. Talvez a Rede não queira se comprometer com suas medidas de conteúdo
neoliberal.
E
é isso mesmo que os líderes do PMDB querem: o impeachment ou a renúncia de
Dilma, a posse de Temer e a formação de um grande pacto de governabilidade
excluindo os partidos de centro-esquerda e de esquerda, e que execute as
medidas propostas para superar a crise econômica. Os de esquerda que faça
oposição. São minoritários no Congresso, e assim não haverá a crise política
que hoje impede o enfrentamento eficaz da crise econômica.
Essa
conspiração vem sendo urdida e executada há meses. Foi preciso convencer uma
ala do PSDB de que não é viável a derrubada do governo pelo Tribunal Superior
Eleitoral, o que levaria a uma nova eleição – e, na expectativa dos tucanos
dessa ala, à eleição de Aécio Neves. Hoje já há um consenso de que o
impeachment é a alternativa mais viável, embora ainda difícil. Falta um
entendimento acerca de 2018: tucanos querem que Temer se comprometa a não
disputar a reeleição.
Ao
PMDB, assim como ao PSDB, DEM, PPS e etc, não interessa que o governo possa
governar. Interessa que se desgaste cada vez mais, e que tenha suas bases
social e parlamentar cada vez menores. Mas parece que Dilma e os que a cercam
ou não veem isso, ou fingem não ver. Continuam achando que o impeachment será
evitado por acordos fisiológicos e protegendo Eduardo Cunha.
Os
conspiradores avançam, a quinta coluna atua intensamente, e o governo se ilude.
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