LUIS INÁCIO LULA DO BRASIL
por Emir Sater no sitio Carta Maior
Há pessoas cuja biografia – segundo
Hegel – são histórias particulares, das suas vidas privadas. Há outras que, por
estarem no olho do furacão, suas biografias são cósmicas, refletem os grandes
dramas e aventuras de cada período histórico.
O filme sobre o
Lula reflete sua historia particular, de maneira tocante, mas é, ao mesmo
tempo, a história de milhões de brasileiros – uns sobreviveram, outros não -,
afetados pela seca do nordeste, atraídos pelas promessas do sul, que
protagonizaram a construção industrial do país. Lula sobreviveu a tudo, mas
soube alçar-se a níveis que o elevaram a ser a melhor expressão do Brasil da
sua e da nossa época.
Líder
sindical na resistência à ditadura, conduziu o movimento sindical à ruptura de
um dos pilares da ditadura – o arrocho salarial. Projetou a luta de massas dos
trabalhadores a uma saga nacional, vitoriosa, que abriu o caminho para o fim da
ditadura e a retomada da democracia.
Dirigente político,
Lula conduziu a fundação do PT, um partido que apontou novos horizontes para o
Brasil – não apenas a retomada da democracia, mas a justiça social. Foi
candidato a presidente, até que foi eleito presidente, numa trajetória
espetacular a que nos acostumamos, mas que condensa todos os dramas, os dilemas
e o potencial do Brasil contemporâneo.
Lula passou também
a representar o que o Brasil precisa e pode ser. De país da miséria, da
violência, da ditadura, do neoliberalismo, passou a ser o pais da esperança, de
que os brasileiros passaram a se orgulhar.
Lula projetou o
Brasil no mundo como país símbolo do sucesso na luta contra a fome. Aquele
objetivo mínimo que ele se havia proposto no começo – que todos os brasileiros
comessem três vezes ao dia – expandiu-se para que todos os brasileiros tenham
direito à vida e à esperança.
Lula se projetou
como o líder popular mais importante no mundo, mais universal, cujo som do nome
passou a remeter a justiça social, a dignidade, a um mundo melhor e mais
humano. Sua imagem correu o mundo – depois de ter corrido tanto perigo – e
provou que um líder de origem popular é quem melhor sente e resolve os
problemas das grandes maiorias.
Lula tornou-se o
símbolo maior da nossa história, das lutas seculares do Brasil, do sofrimento e
da capacidade de superação de milhões de brasileiros. Projetam-se nele a
esperança e a confiança dos milhões de brasileiros que viram reconhecidos seus
direitos e sabem que suas vidas mudaram radicalmente para melhor graças às políticas
do governo Lula.
Por isso Lula é
objeto do amor de milhões, e do ódio de milhares. Por boas razões o amam por um
lado, e por despeito o odeiam por outro. Porque ninguém fez tanto bem ao povo e
tanto mal as elites conservadoras; ninguém deu tanta esperança ao povo e
ninguém fechou os caminhos da direita reacionária.
Lula representa o
Brasil que dá certo, o Brasil da esperança, da auto estima, do progresso com
justiça social, do crescimento com distribuição de renda. Lula representa para
o mundo o país que superou a fome e saiu do mapa da miséria. E representa, para
as elites tradicionais, a ameaça de que nunca mais vão poder fazer o que bem
entendem deste país; nunca mais vão poder impor uma ditadura para recuperar o
controle do país; nunca mais vão poder destruir a democracia e impor o arrocho
sobre os trabalhadores; nunca mais vão poder destruir os direitos dos
trabalhadores e a propriedade pública, no altar do mercado e da privatização.
Daí o desespero da
direita, da mídia conservadora, dos partidos das elites, dos que sentem que o
país tornou-se um país de todos e não somente deles. Toda a energia que lhes
resta é canalizada para atacar Lula, na expectativa de gerar rejeições que lhe
impossibilitem de voltar a governar o Brasil.
Mas fracassam, porque o caráter e a
trajetória do Lula não foram construídos artificialmente pela mídia, foram,
sim, feitos de suor e de sangue, de dignidade e de luta, e por isso resistem a
tudo e a todos.
Luiz Inácio Lula do
Brasil – esse é o teu nome, Lula.
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