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Mostrando postagens de março 17, 2015

Admita: você foi para a rua para odiar

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Primeiro, vamos combinar uma coisa: se você votou em Aécio Neves, nas eleições passadas, você não está preocupado com corrupção. Você nem liga para isso, admita. Aécio usou dinheiro público para construir um aeroporto nas terras da família dele e deu a chave do lugar, um patrimônio estadual, para um tio. Aécio garantiu o repasse de dinheiro público do estado de Minas Gerais, cerca de 1,2 milhão reais, a três rádios e um jornal ligados à família dele. Isso é corrupção. Então, você que votou em Aécio, pare com essa hipocrisia de que foi às ruas se manifestar porque não aguenta mais corrupção. É mentira. Você foi à rua porque, derrotado nas eleições passadas, viu, outra vez, naufragar o modelo de país que 12 anos de governos do PT viraram de cabeça para baixo. Você foi para a rua porque, classe média remediada, precisa absorver com volúpia o discurso das classes dominantes e, assim, ser aceito por elas. Você foi para a rua porque você odeia cotas raciais, e não

CAIADO FOI OFENSIVO E DEVE DESCULPAS

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Cachorro anônimo cede focinho para melhor compor a cara de Ronaldo Caiado. Em publicação no seu blog no 247, a jornalista Tereza Cruvinel criticou duramente a camisa que o senador Ronaldo Caiado (DEM) utilizou ontem durante o protesto contra o governo e o PT. "Horrorizou-me particularmente a camiseta amarela do senador Ronaldo Caiado, com um basta acima de uma mão com apenas quatro dedos. A mão de Lula, que teve o mindinho decepado numa prensa quando era operário", afirmou. Ela acusou Caiado de "fascismo", por "estigmatizar uma pessoa por sua diferença física, por sua raça, sexo ou cor", o que, segundo a colunista, "estão entre as coisas mais abomináveis de que o ser humano é capaz". "Isso é facismo, sim, porque remete à eugenia, ao culto da pureza e da perfeição físicas, pensamento que embasou o racismo e o fascismo, a escravidão e o sentimento eurocentrista que justificou a colonização dos “povos inferiores”, como os ame

Levy Fidelix é condenado a pagar R$ 1 milhão por declarações homofóbicas

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O ex-candidato à presidência da República pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) Levy Fidelix foi condenado, na última sexta-feira, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, a pagar uma multa de R$ 1 milhão numa ação civil pública por danos morais movida pelo movimentos Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT). Em 28 de setembro de 2014, quando participava de um debate na TV, ao ser questionado sobre o motivo pelo qual muitos dos que defendem a família se recusam a reconhecer o direito de casais de pessoas do mesmo sexo ao casamento civil, ele respondeu que “dois iguais não fazem filho” e “aparelho excretor não reproduz”. A decisão é de primeira instância e cabe recurso. Na ocasião, Fidelix comparou a homossexualidade à pedofilia, afirmando que o Papa Francisco vinha promovendo ações de combate ao abuso sexual infantil, afastando sacerdotes suspeitos da prática. O candidato teria afirmado ainda que o mais importante é que a popula

O que os pais da direita hidrófoba estão ensinado às suas crianças?

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No   YouTube, o menino de 5 anos , risonho, está sentado à mesa conversando com a mãe, que o filma. Ele conta uma história. Não uma história infantil. Nada disso. Ele fala do Lula. “O Lula não faz parte do Brasil”, diz. A mãe ri. — Ele cortou esse dedo, ele prossegue, segurando o mindinho esquerdo. — Cortou só pra receber dinheiro? — Arrã. Ele comprou um monte de coisas pra ele. Recebeu avião, helicóptero… No final, ela pergunta: — E o Brasil, João? — Ferrou! O Lula pegou tudo! O garotinho está longe de ser uma exceção. No YouTube há centenas de vídeos de crianças fazendo graça com baixarias desse quilate. Foi-se o tempo em que papai e mamãe ficavam orgulhosos de exibir para os parentes no Natal o talento do rebento em cantar, imitar um personagem de Toy Story ou algo que o valha. Para as famílias coxas de hoje, a moda é ensinar os filhos a odiar desde pequenos. Meu caçula, por exemplo, me indagou na sexta-feira passada: “Pai, a Dilma é puta e fuma m

O jornal de hoje embrulha o estômago do amanhã

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Há, entre os jornalistas, um ditado para que aprendamos a perder a vaidade de vermos nosso texto impresso, nosso nome publicado no papel: “o jornal de hoje embrulha o peixe de amanhã”, coisa do tempo em que haviam peixarias e as pobres corvinas, pescadas e anchovas eram envoltas em discursos de políticos, crimes bárbaros ou partidas de futebol da véspera. Os fatos passam, as manchetes perdem o sentido, os personagens desbotam sua importância, como o tempo a tudo descolore. Há, porém, uma exceção: a história. Volta e meia ela se repete, disse há século e meio um barbudo alemão – que alguns neuróticos acham ter renascido em Garanhuns  e querem pôr em cana – que como farsa, depois de terem sido tragédias. A imagem que posto, que o pessoal do   Política no Face   espalhou nas redes sociais com as capas, quase iguais, das edições de   O Globo   de hoje e de pouco antes do Golpe de 1964 é um destes casos. Meio século depois, é inescondível o sentido desta

Os fantasmas da ditadura nas ruas de São Paulo: “metralharia com o maior prazer”

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O vídeo publicado pela revista  Trip  no  Youtube  é estarrecedor. É o resultado de uma política de “esquecimento” que fez esquecer o que foram os dias de sangue, mutilação e morte que este país viveu. Sob o olhar complacente da mídia em geral – que se porta, inclusive, com menos dignidade que as meninas anti-Dilma que aparecem na gravação – permite que brote este cogumelo do fascismo, da brutalidade e o ressurgir de velhos monstros e suas novas versões patéticas. Ouvir palmas para um velho agente do Dops dizer que “metralharia com o maior prazer” pessoas que se opunham à ditadura e ver, depois, espontanemente, um policial  militar bater-lhe continência é, perdão pela palavra, vomitivo. Cultua-se, agora, o “blaquibloquismo” já não contra vidraças e caixas de bancos, mas contra a democracia e o voto. Aí está no que deu a cultura do acovardamento moral dos democratas ante a apologia da tirania. É como se a Alemanha, em nome da democracia, permiti