SEGUNDA CARTA DE UM FUNCIONÁRIO PÚBLICO FEDERAL A SERGIO MORO
Juiz Moro,
em carta que lhe enderecei há um ano
atrás, (*) tratei-o de senhor e vossa
excelência. Desta feita, tive que recorrer ao Dicionário para encontrar algumas
definições para essa aberração entocada e entogada em que você se transformou.
Posso adjetivar o substantivo HOMEM para defini-lo? Talvez, mas em pouquíssimas
das centenas de definições que encontrei no dicionário para a palavra homem, me
veio, de imediato, sua deprimente imagem:
“Homem: mamífero, bípede”. Ao continuar, uma outra me pareceu também você
“lavado” e cuspido: a imagem do psicótico “Homem de duas caras: aquele
de atitudes
ambíguas, falso, dúplice, sem palavra”.
Mas, não será através de dicionário algum – pois nenhum deles
é tão preciso ao ponto de descrever alguém com suas desqualificações hominídeas
– que conseguirei defini-lo. Faço-o, então, à luz da minha consciência,
trazendo a público o que enrubesce meu coração e revolve minha mente; ou, pior,
perderei eternamente o sono se cometesse a covardia de deixar de dizê-lo.
O seu pedido de desculpas ao STF é um ato que lhe define bem:
COVARDE. Diz você, de lábios trêmulos “Jamais foi a intenção desse julgador, ao
proferir a aludida decisão de 16/03, provocar tais efeitos e, por eles,
solicito desde logo respeitosas escusas a este Egrégio Supremo Tribunal
Federal". Aqui o dicionário me trás uma outra definição que lhe veste
impecavelmente: “Seja homem: expressão com que se manda alguém reagir, ou suportar com coragem um
mal”. Só o fez a seus pares do STF, e assim mesmo de calças borradas como é
costume de FHC nas horas de pânico. Era à presidenta Dilma, a Lula e sua
família, e ao povo mais simples desta nação que você devia, de joelhos,
desculpas escancaradas. Mas, enganam-se os que acham que foi sua “altivez”, sua
petulância, sua “postura” irretocável ou sua arrogância que o impediram de
fazê-lo. Esse ato de extrema covardia está intimamente ligado aos seus transtornos
fóbicos e de ansiedade, que assomam-se-lhe quando encara a quadrilha de golpistas que lhe
guia a tridente.
Os mesmos golpistas que ajudou a parir, são os que hoje
vicejam ao amparo da toga que lhe dá contornos de criminosos vampirescas com aroma
de naftalina, mas que, genuinamente, serve mesmo é de escudo para que todo o
perverso e infame ódio que nutre pela gente do povo não transborde borbulhante por
todas as suas cavas.
O país está incendiado, e quem jogou mais combustível nas
fogueiras cujas labaredas já esmaeciam foi você, esbraseado pela promessa
Global de ser proximamente o novo presidente do Brasil.
As indignidades, covardias, jogo de palavras, que usou
desavergonhadamente ao longo desse último ano e meio jamais sairão da memória
do povo sofrido mas guerreiro da nossa pátria e, quem sabe, um dia você com sua
capa já rota e desbotada pelo tempo de espera
pela prometida presidência, já esquecido pelos filhotes golpistas entocados na mídia tradicional, ficará
cara a cara com o povo que se sente hoje usurpado por tantos facínoras que rasgam
nossa Constituição embalados por uma mídia nauseante que inverte essa realidade,
e que, lá na frente, na hora do encontro seu com o povo, nem lembrará de quem se
trata.
Certamente, ao embalo dos últimos acontecimentos, uma noite durma, e na outra
transpire frio de olhos esbugalhados vendo no teto do quarto como numa tela de
cinema o povo ruminar as impatrióticas e vergonhosas decisões, aparições,
trejeitos para as fotos com troféus nas mãos e descaramentos cometidos.
Qualquer cidadão de bem sentiria vergonha se, no trânsito,
fosse repreendido por outro ao lhe flagrar cometendo alguma infração, mas,
duvido que esse mesmo envergonhado cidadão, sequer enrubescesse com uma sentença
desfavorável proferida por você.
(*)>http://rodolfovasconcellos.blogspot.com.br/2015/04/carta-ao-juiz-sergio-moro.html<
Rodolfo Vasconcellos
Funcionário Público Federal
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