POLÍCIA FEDERAL TEM QUE EXPLICAR A SOCIEDADE A QUEBRA DE PROTOCOLO NA PRISÃO DE EDUARDO CUNHA
Preso por admirador da PF a paisana, sem algemas, já almoçado e com todas as cuecas em mala que já esta pronta.
Das estranhezas da prisão de
Eduardo Cunha, a mais gritante é a quebra de protocolo c0m relação às
anteriores, supondo-se que haja um protocolo.
Primeiro, não há um apelido
genial. Operação Malparido, digamos.
Não houve vazamento para a
imprensa preparar o show. Não havia equipes de TV com câmeras.
Num despacho, Sérgio Moro
determinou que “não deve ser utilizada algema, salvo se, na ocasião,
evidenciado risco concreto e imediato à autoridade policial”.
Continua: “Consigne-se que,
tanto quanto possível, não se deve permitir a filmagem ou a fotografia do preso
durante a efetivação da prisão e deslocamento”.
Cunha não foi algemado com as
mãos para trás, como aconteceu anteriormente. Segundo o criminalista Paulo Sérgio
Leite Fernandes, a finalidade disso é impedir o cidadão de cobrir o rosto, o
sinal mais instintivo de vergonha.
Cunha estava no apartamento
funcional da Câmara, que ainda está desocupando, apesar de ele ter perdido o
mandato. Foi em torno das 13h — e não às costumeiras 6h da manhã.
Seu advogado estava com ele no
momento. A malinha pronta. Ao chegar a Curitiba, os jornalistas foram
autorizados a filmar a passagem do carro da PF e só.
A costumeira coletiva de
imprensa em que procuradores brilham diante de perguntas feitas para levantar
sua bola não ocorreu.
O Jornal Nacional dedicou em
torno de 7 minutos para o caso, espremidos entre uma “reportagem” sobre a
triunfal viagem de Michel Temer ao Japão e mais alguma irrelevância.
No dia seguinte, depois de passar
pelo IML, Cunha reclamou que “é uma decisão absurda”.
A Lava Jato deve uma explicação
para a diferença de tratamento. Que nunca será dada. Mas ficamos combinados que
a imparcialidade está acima de qualquer suspeita.
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