DELAÇÃO DA ODEBRECHT - COMO UM HIMEN COMPLACENTE, O STF PERMANECE INALTERADAMENTE ACOVARDADO ENQUANTO A QUADRILHA DE BANDIDOS INSTALADA NO CONGRESSO NACIONAL AVANÇA SOBRE AS ÚLTIMAS SALVAGUARDAS DA MORALIDADE PÚBLICA.
Se você perdeu dinheiro, perdeu pouco; se perdeu a honra, perdeu muito; mas, se perdeu a coragem, você perdeu tudo. Esta é a situação do nosso STF, acovardado diante de questões que talvez nunca tivesse suposto que teria que enfrentar. Perde a oportunidade de ficar para a história como magistrados que tiveram a coragem pura e simples de cumprir seu ofício, que é defender a Constituição a qualquer preço. Passar para a história como covardes que encontraram frases de efeito para justificar votos nauseantes, ou como quem sequer se apercebeu do desastre que se abate sobre nossa pátria nesse instante, é de uma indignidade ímpar.
"As delações da Odebrecht têm potencial para zerar o jogo
brasiliense, com repercussões em governos estaduais e prefeituras de
todo o Brasil. São potencialmente tão devastadoras que, suspeita-se, nem
Jesus salva", ironiza o colunista José Roberto de Toledo
no Estado de S.Paulo, ressaltando que as revelações da empreiteira
podem mudar radicalmente o jogo político atual. "Se eles contarem tudo o
que sabem, se os procuradores fizeram todas as perguntas que precisam
ser feitas, se os magistrados ouvirem a história odebrechtiana sem
omissões, fará pouca diferença se houve ou não advocacia administrativa
no caso Geddel/Iphan, se o inquérito sobre Jucá no Carf vai andar, e
mesmo se deputados conseguirão anistiar o caixa 2".
Toledo diz que as negociações e barganhas em profusão deixaram o Congresso com um clima de "black friday".
"Na semana da “Black Friday”, o Congresso resolveu liquidar parte de
seus problemas. A Comissão de Fiscalização da Câmara rejeitou por 17 a 3
um pedido de explicações ao ministro Geddel Vieira Lima, acusado de
usar o cargo em proveito próprio. A manobra foi conduzida pelo líder de
Temer, e suscitou debate familiar entre deputados: “é tua mãe”, “a
prostituta da tua mulher”, “vagabundo”. Pelo que passa em outros
plenários, uma pechincha.
Todo esse alvoroço brasiliense, a pressa para aprovar ou reprovar
tantas propostas num mesmo dia transformou o Congresso em um mercado de
trocas e barganhas maior que o de costume. Em Brasília, a “Sexta-feira
negra” caiu na quarta.
Há uma explicação para tanta urgência. A delação de dezenas de
executivos da Odebrecht, que até outro dia era a maior empreiteira
brasileira, está sendo homologada. É o horror."
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