DEPRESSÃO PÓS GOLPE: FROTA, BARBOSA E BICUDO ENTRAM EM PARAFUSO
A seguir, texto de Kiko Nogueira no DCM
Alguém definiu à perfeição, no Twitter, o atual momento coxinha: depressão pós pato.
Ao DCM, a ex-líder de milícias anti Dilma Daniela Schwery,
ligada ao PSDB, contou que os movimentos eram organizados e financiados
por Aécio Neves e Ronaldo Caiado e que ela se sentia “uma idiota, uma
iludida”.
Para Hélio Bicudo, “o impeachment de Temer já deveria ter ocorrido”. Janaína Paschoal ameaça encarnar a pomba gira novamente.
Deltan Dallagnol, em sua coletiva chantagista contra uma
votação da Câmara que não lhe agradou, lembrou que “até o governo Dilma
avançou propostas contra a corrupção muito melhores que as que foram
aprovadas”.
Alexandre Frota escreveu um desabafo. “A direita é frouxa e a
esquerda sabe agir”, segundo ele. Por isso ia se “JUNTAR AOS VÂNDALOS
DE BRASÍLIA” (em caixa alta no original).
O exército coxa está diante da obra que ajudou a construir e
não gosta do que vê. Um dos ídolos dessa cambada, Joaquim Barbosa, aka
Batman, deu entrevista à Folha em que acusou a nossa “rebananização”.
Sobre o golpe, Barbosa considera que “o que houve foi que um
grupo de políticos que supostamente davam apoio ao governo num
determinado momento decidiu que iriam destituir a presidente. O resto
foi pura encenação. Os argumentos da defesa não eram levados em
consideração, nada era pesado e examinado sob uma ótica dialética.”
O atual governo “corre o risco” de não chegar ao fim. Na
opinião dele, “a partir do momento em que se aceitou como natural o
torpedeamento do pilar central do sistema presidencialista, abriu-se
caminho para o enfraquecimento de outras instituições”.
Barbosa, como todos os supracitados, contribuiu decisivamente para o atual estado de coisas.
Seu papel no mensalão de juiz vingador, o status de popstar,
a criminalização de um partido apenas, conceitos estapafúrdios como a
“teoria do domínio do fato” — tudo isso antecipou Moro, a Lava Jato, o
moralismo seletivo e o ódio que tomariam as ruas.
Sem eles, o fascismo com que passamos a conviver não teria tanta força.
Agora as panelas voltam a soar. O Vem Pra Rua e o MBL
convocam para uma manifestação no domingo dia 4, em defesa das 10
medidas contra a corrupção. Renan, amigo deles até ontem, é o demônio.
O antigo patrocinador Aécio não presta. “Diante de tudo isso
que está acontecendo em Brasília, você vai ficar em casa no sofá?”,
apela o VPR.
Os sinais estavam em todos os lugares, mas eles preferiram
ignorar. Alguns por inocência, outros por ignorância, uns por
desonestidade, muitos por oportunismo.
Deram-se mal. A corja que auxiliou a derrubada de Dilma se
dá conta do que fez. Somos um país dividido. Na formulação do filósofo
Vladimir Safatle para o DCM, descobrimos nos últimos anos que nunca
fomos um país, apenas ocupamos o mesmo território que essa gente.
Que se virem com seus monstros.
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