ESCÂNDALO QUE ENVOLVE GLOBO E FHC DORME SERENAMENTE NAS MÃOS DE JANOT
Há quase um ano, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) busca junto
ao Ministério Público Federal que seja aberta uma investigação para
apurar as conexões entre a Rede Globo, a Fifa, o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) e offshores do Panamá que teriam sido utilizadas
para cometer crimes contra o sistema financeiro, a ordem tributária e a
administração pública. O escândalo, conhecido como Panamá Papers,
utiliza empresas de fachada para lavagem de dinheiro e ocultação
patrimonial.
Em março de 2016, Paulo Pimenta e o deputado Wadih Damous (PT-RJ)
entregaram farta documentação à Procuradoria-Geral da República e
protocolaram uma representação, subscrita por mais de 30 parlamentares,
solicitando abertura de investigação. No dia 8 de março de 2016, diante
do surgimento de novos fatos, os parlamentares fizeram novo pedido ao
MPF.
Sem qualquer resposta, Pimenta protocolou mais uma representação no
dia 10 de maio de 2016. Segundo o deputado, em todas oportunidades, os
parlamentares ouviram como resposta que o MPF “estaria adotando todos os
procedimentos necessários e que seriam informados sobre a adoção dessas
medidas”.
Ontem (16), Pimenta fez nova tentativa, e mais uma vez cobrou
informações acerca das providências adotadas pelo MPF até o momento
sobre o escândalo Panamá Papers. “Ao que tudo indica, a documentação
está parada há quase um ano nas mãos da Procuradoria”, lamentou Pimenta.
Panamá Papers.
De acordo com as investigações jornalísticas, empresas de papel
criadas pela Mossack Fonseca auxiliaram na ocultação de fortuna pelo
mundo. Essa empresa panamenha ganhou – e logo perdeu – os holofotes da
grande mídia brasileira por conta das operações policiais Lava Jato.
Representantes da Mossack Fonseca no Brasil, Carolina Auada e Ademir
Auada foram interceptados pelos investigadores da PF destruindo provas.
Por esse crime eles foram presos, mas, pouco depois, o juiz Sérgio Moro
mandou soltá-los, sob justificativa de que “apesar do contexto de
falsificação, ocultação e destruição de provas, (…) na qual um dos
investigados foi surpreendido, em cognição sumária, destruindo
quantidade significativa de provas, a aparente mudança de comportamento
dos investigados não autoriza juízo de que a investigação e a instrução
remanescem em risco”.
O que se soube depois é que a Globo possui ligações com a Mossack
Fonseca. A mansão da família Marinho, em Paraty (RJ), e um heliponto
usado pelos filhos de Roberto Marinho estão registrados no nome de uma
empresa de fachada ligada à Mossack Fonseca, a Vaincre LCC.
Nesse emaranhado de empresas de papel, surge também Brasif, outra
empresa vinculada à Mossack Fonseca. A Brasif, por sua vez, está ligada à
Globo pelo pagamento de Miriam Dutra, jornalista e ex-namorada de FHC.
A Brasif era proprietária da Eurotrade Ltd, com sede nas Ilhas
Cayman. A Eurotrade Ltd. firmou, em 2002, contrato com a jornalista
Miriam Dutra, segundo a qual FHC – com quem ela teria um filho – usou
essa empresa para bancá-la no exterior. A Brasif era concessionária das
lojas ‘dudy free’ nos aeroportos.
A Brasif, segundo a Folha de São Paulo, conseguiu “derrubar medida
criada no governo FHC para limitar a US$ 300 por pessoa (eram US$ 500) o
gasto nos free shops, além de ter dominado praticamente sozinha a
concessão desse tipo de loja em aeroportos.
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