ALEXANDRE D'IMORALES PASSA NOITE COM SENADORES EM MOTEL FLUTATE NO LAGO PARONÁ
Detentor do arquivo do celular hakeado de Marcela Temer que continha fotos íntimas e áudios que podem jogar o nome do marido Temer na lama, D'Imorales tem escalonado altos postos em Brasília. A reunião no "Motel Calango" foi para dizer sem meias palavras aos senadores presentes que eles podem dormir em paz.
Ontem, 9, o ministro da Justiça Alexandre de Moraes, prestes
a ser sabatinado pelo Senado para a vaga no Supremo Tribunal Federal,
reuniu-se a portas fechadas na chalana Champagne, também conhecido como
“Love Boat” (barco do amor, em inglês), uma embarcação de luxo do
senador Wilder Morais (PP-GO), presente no evento com outros sete
senadores. O episódio foi tratado pela mídia como uma “sabatina informal” e “noitada imprudente”, mas recebido como escândalo pela comunidade jurídica.
Na noitada, além de Wilder, estavam presentes Benedito de
Lira (PP-AL), Cidinho Santos (PR-MT), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Ivo
Cassol (PP-RO), José Medeiros (PSD-MT), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Zezé
Perrella (PMDB-MG). Os senadores, todos homens, disseram que foi um
encontro para conhecer as opiniões de Moraes. Um deles afirmou à revista
Época que “fizeram questões mais duras do que as que serão feitas na sabatina da CCJ“.
A reunião do ministro da Justiça, às portas fechadas, em uma
embarcação conhecida pela festança regada a bebidas e “amor”, com
senadores que deveriam sabatiná-lo no Senado revoltou a Professora
Doutora da Universidade Católica de Pernambuco, Carolina Ferraz, que classificou o episódio como “escárnio” – A
festança de Moraes com os senadores é o riso do escárnio de quem não
respeita ou leva a sério a democracia e o Estado Democrático de Direito.
“Causa ojeriza a promiscuidade entre o legislativo, o
judiciário e o executivo. Tudo é feito na base do acordão, da
imoralidade e da falta de ética. Quando um grupo desenadores da
república acompanhados de um futuro ministro do STF se dão ao desfrute
de desrespeitar a independência e a tripartição dos poderes numa
festança num barco do amor, regado a uísque resta um sentimento de
desesperança” – completou a Professora.
Nas redes sociais, o desembargador aposentado e Professor Doutor de Direito Penal da USP, Walter Maierovitch, disse que a festança é mais um sinal de que Alexandre de Moraes não atende ao requisito de “reputação ilibada” – “Não tem postura e nem compustura. Não atende ao requisito constitucional da reputação ilibada” – publicou.
Faltou palavras à Márcia Semer, Procuradora
do Estado de São Paulo e Secretária Geral do Sindicato dos Procuradores
do Estado, para qualificar as notícias e condutas pré sabatina de
Alexandre de Moraes – “avalanche de notícias academicamente
desabonadoras veiculadas nos últimos dias sobre o futuro Ministro do STF
Alexandre de Moraes é impactante, mas, a notícia do jantar “on the
boat” com senadores mostra uma conduta pré-sabatina tão inapropriada que
não saberia qualificar. Tudo bastante constrangedor… e preocupante”.
Para o Presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD), André Augusto Bezerra, uma reunião como essa é reflexo da falta de transparência no processo de indicação e de sabatina de um ministro do Supremo – “é
da tradição brasileira que os critérios para indicação e nomeação ao
STF ocorram às portas fechadas. Ao invés de se promover o debate
público, fomenta-se o sigilo. Agora não está sendo diferente” – afirmou
Para o cientista político Professor Doutor da Universidade de Campinas (Unicamp), Frederico de Almeida, o episódio
do barco revela a hipocrisia que existe na presunção e na expectativa
de que o STF não tenha caráter político e que as indicações para uma
corte não sejam políticas. No entanto, lamentou que encontros como esse
estejam fora do escrutínio público e que a sabatina aberta seja algo
meramente ritual.
“O que temos que fazer é assumir esse caráter político e
discutir mais seriamente o processo de indicação, sabatina e nomeação
de ministros. Não vejo problema nenhum que um candidato a ministro do
STF converse com senadores a respeito de suas pretensões, mas eu prefiro
que isso seja feito às claras, em eventos públicos ou em uma sabatina
mais cuidadosa e não meramente ritual, como acontece hoje no Senado, e
não em um convescote privado em condições para lá de suspeitas” – afirmou.
Polêmicas referentes ao nome de Moraes tem se multiplicado
desde que ele foi indicado pelo presidente Michel Temer no início da
semana. Nesse período, já foi apontado como autor de plágios de um autor espanhol.
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