2018 - O SONHO DE GILMAR MENDES
Gilmar Mendes, também conhecido como Gil Beiçola, já monta o esquema para assumir a presidência, depois que ele mesmo cassar MT
Tudo o que o ministro Gilmar Mendes tem defendido, na aceleração da
sua atividade de político, corresponde aos interesses do grupo que tem
dominado a política brasileira, liderado pelos expoentes do PMDB e seus
seguidores em vários partidos. O repúdio ao recato próprio de um
ministro do STF não se faria sem motivo. Qual poderia ser o de Gilmar?
Dois traços marcantes de sua personalidade explicam alguma coisa. Um,
sua identificação com a direita, evidente desde que se aproximou da
vida pública. Talvez bastasse dizer que teve a nada invejável função de
assistente jurídico de Collor na Presidência. Mas Gilmar Mendes quis
consolidar a primeira evidência com seu desempenho como advogado-geral
da União no governo Fernando Henrique.
À época se disse que selecionado por Sérgio Motta entre os possíveis
dispostos a fazer uma barragem contra incômodos ao governo, não há
dúvida de Gilmar Mendes se saiu bem na missão. O outro traço marcante é a
atração pelo poder.
São, porém, características que Gilmar poderia arrefecer, ao menos o
suficiente para ter conduta adequada a juiz, a ministro do STF e a
presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Não o fez. Muito ao
contrário. A um só tempo crítico e colaborador de Sérgio Moro e dos
procuradores da Lava Jato, foi como ansioso militante que comprometeu o
STF com o apoio ao vazamento ilegal de gravações ilegais, feito pelo
juiz de Curitiba. Um vazamento a que não atacou “como crime”, porque
servia à sua e à causa da corrente conservadora no Congresso.
Com a mesma motivação, Gilmar Mendes reteve por ano e meio a
proibição de doações “eleitorais” por empresas, na tentativa de
impedi-la. Para encurtar: entre outros desempenhos, tem batalhado pela
admissão do caixa 2, o “por fora” nas eleições; prega a anulação dos
inquéritos e processos que tiveram vazamentos; apoia a anistia aos
doadores e recebedores do “por fora”; e propagandeia a volta das doações
“eleitorais” de empresas. Estranhas, a militância e as posições?
E se Gilmar estiver se capitalizando para ser visto, na contabilidade
política do PMDB & sócios, como potencial candidato à Presidência?
Comentários
Postar um comentário
comentário no blogspot