MORO NÃO É UM JUIZ, É UM INIMIGO POLÍTICO DE LULA
Um juiz que não teve a honradez de impedir que sua extrema vaidade e suas ligações políticas interferissem nas suas decisões.
A seguir, texto de Emir Sader no Brasil 247
A forma como atua, desde o começo, Moro contra o Lula, é a forma de
atuar de um inimigo político. De um tucano, mais especificamente, porque
ao mesmo tempo poupa completamente seus correligionários, a ponto que a
própria FSP declara que Aécio não pode ser blindado como tem sido até
agora. E a blindagem vem, antes de tudo, do Moro, que chegou a afirmar,
cinicamente, nos EUA, que não tinha avançado nenhum procedimento contra
os tucanos, porque nenhuma denúncia tinha chegado a ele. Porque da mesma
forma que trata o Lula e os petistas como inimigos, trata os tucanos
como seus correligionários.
Moro é um quadro político da direita, antenado com as linhas de ação
dos EUA, como a revelação da reunião revelada pelo Wikileaks confirma
com data e declarações explícitas de que se trata de uma guerra do
império contra as forças populares da América Latina. Um quadro que se
baseia nas teorias do Estado de exceção para, alegando que se vive uma
situação excepcional, em que a corrupção permearia toda a história do
país e que permitiria, por isso, atuar acima da lei, com formas
excepcionais, a ponto de tentar impor aceitação legal formas de
interrogatório que incluam até mesmo a tortura, com tal que se busque um
objetivo considerado positivo.
As arbitrariedades das formas como acusa o Lula, da forma como atua
contra o Lula, da maneira como trata o Lula – "nine", conforme textos
escritos por ele para seus comparsas -, as formas autoritárias como
encara os processos do Lula, confirmam evidentemente de que não se trata
de um juiz, com a imparcialidade que se espera de um juiz, mas de
alguém interessado, acima de qualquer coisa, acima de qualquer preceito
legal, em destruir politicamente o Lula.
A forma como tentou prender o Lula e levá-lo para seu feudo em
Curitiba, há exatamente um ano atrás, sem nenhum fundamento jurídico, já
demonstra que sua ação é para tentar desmoralizar publicamente a figura
do Lula. As acusações, para as quais não encontra nenhuma testemunha,
sobre o tal do tríplex ou o sítio do pedalinho, são ridículas.
Considerar o Lula como réu das acusações do power point mais grotesco da
história jurídica do pais, revela como Moro está disposto a passar por
qualquer situação insustentável, com tanto de tentar condenar o Lula.
Ele se presta ao serviço que o golpe precisa para se consolidar:
tirar, pelo tapetão, o Lula da disputa eleitoral. Porque sabem, ele e
todos os outros membros da direita golpista brasileira, que o Lula é o
presidente mais querido, de longe, pelos brasileiros, que sentem enorme
saudade dele, e que ele é favorito para voltar a governar o país, caso o
povo recupere o direito democrático de decidir quem deve ser o
presidente do Brasil.
A tentativa de prender o Lula de forma arbitrária, a revelação
indevidas das conversas do Lula com a Dilma e de conversas familiares da
Dona Marisa com seus filhos, a aceitação de denúncias sem nenhum
fundamento e com todas as testemunhas – inclusive as arroladas por ele –
absolvendo o Lula, a presença em eventos políticos e em festas dos
tucanos, com promiscuidade escandalosa – bastam para que Mora seja
considerado incompetente para julgar o Lula. No entanto, ele extrai as
delações que lhe interessam, monta o processo, acusa, se declara
imparcial para tocar o processo, e quer julgar e condenar o Lula, para
prestar serviço para seus comparsas tucanos e toda a direita golpista
brasileira.
Moro é uma nova versão do Carlos Lacerda. Se vale de denúncias de
corrupção, não para acabar com ela. Seus ganhos de marajá, por si só, já
o desclassificariam para aparecer como justiceiro da moralidade. Tenta
instrumentalizar as denúncias com objetivos políticos claros, de
desqualificar o Lula e o PT, para abrir caminho para a consolidação do
golpe.
É um personagem desprezível, incompatível com a democracia,
preconceituoso contra o maior líder politico da história do Brasil, que
quer se promover às custas da própria imagem popular do Lula. Deveria
deixar a pantomima de juiz e se lançar diretamente à vida política e
partidária. Mas tem pânico disso, porque sabe que em condições de
disputa pública em igualdade de condições, Lula o destroçaria, o
desmascararia, o colocaria no seu devido lugar. E ele é um covarde, que
só pode encarar uma relação em situação de superioridade, valendo-se do
arbítrio da sua posição atual. Dia 3 vai ter que baixar os olhos diante
da presença e dos argumentos inquestionáveis do Lula e da presença moral
do líder que os brasileiros desejam que volte a presidir o país. Quando
da morte da Dona Marisa, Lula classificou, a ele e a seus comparsas, de
facínoras. Sabe portanto o que Lula pensa dele, não terá condições de
olhar nos olhos ao Lula.
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