TEMER NÃO PODE MAIS DIZER QUE NÃO SABIA COMO PADILHA AGIA NA SOMBRA. AFINAL SÃO UMA MESMA PESSOA
Gangsters siameses
O depoimento do ex-diretor da
Odebrecht e hoje delator na Lava Jato José de Carvalho Filho transformou
em pó a tese dos advogados de Temer, de que ele só negociava dinheiro
para o PMDB por vias oficiais.
Carvalho Filho contou que Padilha
era um dos operadores do partido e nessa condição recebeu senhas para
identificar o recebimento e a posterior distribuição de 5 milhões de
reais via caixa 2, em 2014.
Isso significa que Padilha atuava
como tesoureiro do partido. E arrecadava por meio de caixa 2. Sendo
tesoureiro, recebia ordens do presidente do partido que era Michel
Temer.
Não há como sustentar o argumento
de que Temer não sabia que o operador subordinado a ele operava o caixa
2 do partido. Ainda mais levando-se em conta que parte do dinheiro foi
entregue no escritório de seu amigo pessoal, José Yunes e ele contou a
Temer o que tinha acontecido.
Ou seja: Temer sabia que Padilha
operava no caixa 2 e nada fez para repreendê-lo; na verdade, o promoveu,
transformando-o em ministro-chefe da Casa Civil do seu governo.
Outro trecho da delação de
Carvalho Filho, na qual afirma que uma parte da propina foi destinada a
José Yunes também coloca Temer sob suspeita. Yunes não fazia parte do
governo Dilma, do qual Temer era o vice, não havia motivo, portanto,
para ele fazer jus a uma parte da propina. Cabe então uma dúvida: ele
não teria recebido o dinheiro para repassar a Temer? Não teria se
antecipando dizendo que era “mula” de Padilha para proteger Temer? Assim
a história parece fazer mais sentido.
O silêncio de Padilha – e de Temer - agravam ainda mais a situação do governo.
Se ainda não recebeu alta de uma
cirurgia que foi bem sucedida é porque não quer sair do hospital e
enfrentar os repórteres ansiosos por saber a sua versão dos fatos.
Se não quer enfrentar os repórteres é porque ainda não encontrou uma versão plausível que livre a cara dele e a de Temer.
Ou seja: o seu silêncio é quase
uma confissão. Se a história fosse fantasiosa ele a teria contestado
quando surgiu na imprensa.
Ou seja: Padilha não sai do hospital porque não sabe o que fazer.
Temer também não sabe o que fazer
com Padilha. Se o demite quebra a regra de que só demitiria quem se
tornasse réu e admite a versão dos delatores que o envolve no caixa 2
até o pescoço.
Se não o demite corre o risco de
manter num dos postos mais importantes do governo um político de
comportamento altamente suspeito cujas atividades em breve serão
investigadas mais a fundo. Se é que já não estão sendo.
Seja qual for a sua decisão, ele não pode mais dizer que não sabia como Padilha agia.
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