DELATOR MOSTRA AS PROVAS DE CAIXA 2 NA CAMPANHA DE GERALDO ALCKMIN - CODINOME "ANJO"
DELATOR MOSTRA AS PROVAS DE CAIXA 2 NA CAMPANHA DE GERALDO ALCKMIN - CODINOME "ANJO"
Chefe do setor de infraestrutura da Odebrecht, Benedicto Barbosa da
Silva Junior entregou à força-tarefa da Operação Lava Jato cópias dos
registros de pagamentos de caixa 2 para campanha do governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e das planilhas do Setor de Operações
Estruturadas – o chamado por investigadores "departamento de propinas".
São as provas de corroboração do que disseram três delatores da
Odebrecht sobre pagamentos acertados e efetuados para as campanhas de
2010, de R$ 2 milhões, para o codinome "Belém", e de 2014, de R$ 8,3
milhões, para o codinome "M&M".
Alckmin foi citado por três delatores da Odebrecht. O caso foi
enviado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tem competência
para analisar a abertura de uma investigação criminal contra ele, pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava
Jato.
"M&M", segundo o delator, pode ser referência ao nome de Marcos
Monteiro, que foi o interlocutor de Alckmin no suposto acerto da doação
de R$ 10 milhões para a campanha de 2014. Monteiro era, na época,
titular da Imprensa Oficial do Estado e é, atualmente, secretário de
Planejamento do Estado. Efetivamente, o valor pago foi de R$ 8,3
milhões, segundo os delatores.
Nas planilhas, além do codinome M&M há registro das datas de
entrega, as senhas usadas para o recebimento dos valores e referências
às obras Linhas 6 do Metrô e Emissário Praia Grande relacionados aos
pagamentos.
"O diretor superintendente da Odebrecht Infraestrutura, responsável
pela região Sul e o Estado de São Paulo, Luiz Antonio Bueno Junior, me
relatou que foi procurado por Marcos Monteiro. Para solicitação de
contribuição de campanha para o candidato do PSDB ao governo de São
Paulo, no valor de R$ 10 milhões", diz o delator.
BJ afirma que o propósito da aprovação da doação "era a proeminência
de Geraldo Alckmin no cenário nacional, a sua liderança e de seu partido
no Estado de São Paulo". "Também era garantir interlocução qualificada
na discussão dos projetos vislumbrados como participação na nova rodada
de concessão rodoviária no estado, novas participações em projetos com
parceria da Sabesp e potenciais novas concessões de trens regionais."
O delator afirmou que "em todos esses segmentos no ano de 2015" a
Odebrecht teve "oportunidade de discutir antecipadamente com o governo
estes projetos, modelo de contratação, fontes de financiamento etc."
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