TEMER, UM JOGUETE NAS MÃOS DE BANDIDOS







Principal esteio de sustentação do governo Temer, desde o impeachment, a Câmara dos Deputados já não responde às demandas do Palácio do Planalto como fez ano passado, quando as matérias de seu interesse foram aprovadas, às vezes, com até 366 votos, como ocorreu na votação da PEC do teto de gastos. Só nas últimas semanas, o governo perdeu pelo menos em três projetos importantes, o que é uma péssima sinalização para a votação da reforma da Previdência. E na quarta-feira teve que adiar a votação do projeto de repactuação das dívidas dos Estados, porque não tinha segurança dos 257 votos necessários à aprovação.
É o pior momento do governo na Câmara. A explicação mais comum é que a pauta de 2017 é mais complicada que a pauta de 2016, por tratar de temas que afetam diretamente a vida das pessoas, como aposentadorias e a relação de trabalho. Mas a eleição de 2018 já exerce influência sobre a opinião dos deputados, o que o presidente Michel Temer só esperava ver mais para o fim do ano. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao Nordeste e diz que o governo está retirando direitos da população. A agenda do governo, aparentemente, lhe dá razão – e afugenta deputados.
As duas explicações parecem válidas, mas há outras, sendo a principal delas a descoordenação política do governo. Pelo menos três das derrotas sofridas pelo governo, nas últimas semanas, são debitadas na conta do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Entre os deputados brinca-se também que o único ministério com porteira fechada na Esplanada é o da Secretaria de Governo: o PMDB fechou a porteira e deixou o ministro Antonio Imbassahy, que é do PSDB, do lado de fora. A derrota sofrida pelo Centrão na eleição de Rodrigo Maia também não foi ainda totalmente digerida. No ano passado, Temer zerou o passivo das emendas parlamentares, mas já voltou para o vermelho.
O cenário pode ser mais ameaçador para o governo, se tiver razão o deputado Rogério Rosso (PSD-DF). Segundo Rosso, é a reforma da Previdência que está contaminando todas as votações. Pauta central do governo e da mídia, a reforma tem levado pressão diária. “Fui dar entrevista sobre o projeto do Uber e no fim estavam me colocando na parede por causa da Previdência”, diz um parlamentar favorável.
A diferença no comportamento da Câmara fica mais evidente quando se compara as votações do projeto da terceirização. Em 2015, sob a presidência do ex-deputado Eduardo Cunha, o projeto foi aprovado por 324 votos a favor, 137 não e duas abstenções. O texto votado no fim de março teve 231 sim, 188 não e oito abstenções. Ou seja, contra a opinião do governo (a presidente era Dilma Rousseff), Eduardo Cunha conseguiu quase 100 votos a mais que a proposta agora apoiada – e mal trabalhada, segundo os aliados – pelo Planalto. Os votos contrários e as abstenções também cresceram.
Os últimos resultados negativos dão uma dimensão do problema do governo. Semana passada, o Planalto tentou aprovar uma proposta que autorizava universidades públicas a cobrarem por cursos de pós-graduação lato sensu (MBA). O governo orientou voto favorável, mas faltaram quatro votos e a matéria foi ao arquivo. Foram 304 a favor, dos 308 necessários, mesmo número que será necessário para a Previdência.


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