TROPA DE CHOQUE DA GLOBO DÁ SUSTENTAÇÃO AO GOLPISTA MICHEL TEMER
OS DO "FRONT" SERÃO OS PRIMEIROS A CAIR
A Globo, que ajudou a depor a presidente Dilma Rousseff e hoje sustenta
Michel Temer, diz que não houve greve geral, em editorial publicado
neste sábado.
"Autoridades do governo Temer, no decorrer do dia,
transmitiram a mensagem correta de que o governo não recuaria nas
reformas.
Detalhe: no hospício em que o golpe transformou o Brasil, 7
milhões de pessoas perderam o emprego em dois anos, o rombo fiscal
disparou e instalou-se no governo um governo com oito ministros
investigados no STF. Além disso: 92% são contra as reformas Temer-Globo e
veem o Brasil no rumo errado.
Leia abaixo o editorial:
A ‘greve geral’ das corporações
A chamada greve geral convocada contra as
reformas da Previdência e trabalhista foi um retrato dos interesses que
se sentem contrariados com as mudanças. São grupos que defendem a
manutenção de vantagens de sindicatos e de segmentos da máquina do
estado que se beneficiam de ganhos na aposentadoria e nos salários.
A greve foi um espelho da resistência de corporações
sindicais, e outras, a revisões cruciais para que a economia volte a
crescer, e os 13 milhões de desempregados comecem a reocupar vagas no
mercado de trabalho. Todos vítimas de uma crise derivada da
irresponsabilidade fiscal dos governos lulopetistas, dos quais essas
corporações também se beneficiaram.
A violência verificada ontem no Centro do Rio está dentro
deste quadro de negação dos problemas pelos quais o país passa, e
reflete a defesa de benefícios que o Estado do Rio de Janeiro, quebrado,
não pode mais sustentar.
Tem sido este o padrão de manifestações enquanto tramita,
com dificuldade, na Assembleia Legislativa (Alerj), a aprovação de
contrapartidas à ajuda da União, por sua vez ainda na dependência do
Congresso. Nada adianta queimar ônibus, ato em prejuízo da grande massa
que usa o meio de transporte.
Desde cedo, os organizadores da greve trataram de bloquear
estradas, vias importantes nas cidades, estações terminais de coletivos
etc., para impedir a circulação das pessoas.
A intenção era evitar ao máximo o acesso aos locais de
trabalho. Se sindicatos não têm representatividade para que braços sejam
cruzados por decisão própria, que se bloqueiem ruas e estradas. Assim
foi feito. A Ponte Rio-Niterói chegou a ser paralisada por piquete. Em
São Paulo, a tática foi a mesma, também com o uso de barreiras feitas
com pneus em chamas. No final da tarde, a CUT, central sindical do PT,
estimou que 35 milhões fizeram greve. Impossível saber ao certo.
Mas não se pode desprezar o fato político, por mais
previsível que fosse ele, com seus esperados participantes — militantes
desgostosos da possibilidade do fim do imposto sindical, por exemplo.
Autoridades do governo Temer, no decorrer do dia,
transmitiram a mensagem correta de que o governo não recuaria nas
reformas, confirmada depois por nota do presidente. Até porque não pode,
diante da situação do país. Houve mesmo quem fizesse um paralelo com o
enfrentamento firme da primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, em
meados dos ano 80, dos mineiros em greve. O governo não cedeu a uma
longa paralisação, e Thatcher pôde continuar com seu programa de
reformas.
Guardadas as diferenças de época e de países, o exemplo
remete para a necessidade, principalmente do Congresso, de entender as
causas dessa resistência e perceber que a grande maioria que não foi às
ruas ontem é que será prejudicada em qualquer recuo.
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