HIROSHIMA - A Morte Caiu do Céu


 
 

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Na madrugada de 6 de Agosto de 1945 o bombardeiro B-29, delicadamente decorado com o nome da mãe do piloto – Enola Gay - decolou da base aérea de Tinian no Pacífico Ocidental, a aproximadamente 6 horas de voo do Japão.

 Estavam prontos para transformar centenas 
de milhares de seres humanos em pó, embora
parecesse estarem indo a um pic nic.


Um capitão da Marinha armou a bomba durante o voo, desarmada durante a decolagem para não colocar os assassinos em risco. O ataque foi executado de acordo com o planejado e a bomba de gravidade, uma arma de fissão de tipo balístico com 60 kg de urânio-235, comportou-se como esperado.

O alvo seria Kioto, que foi trocada por Hiroshima por ser uma cidade situada entre montanhas, o que amplificaria os efeitos da explosão exterminando assim mais seres humanos.

O avião aproximou-se da costa a mais de 8 mil metros de altitude. Às oito horas o operador de radar em Hiroshima concluiu que o número de aviões que se aproximavam era muito pequeno, provavelmente não mais do que três, e suspendeu o alerta de ataque aéreo.

Os três aviões eram o Enola Gay, o The Great Artist (O Grande Artista), e um terceiro, Necessary Evil (Mal Necessário). O primeiro transportava a bomba, o segundo tinha como missão vigiar toda a missão, e o terceiro foi o avião encarregado de fotografar e filmar o feito inédito: o extermínio em massa de dezenas de milhares de japoneses, que na sua maioria deveriam desaparecer no primeiro segundo da explosão.

Às 8h15, o Enola Gay largou a bomba nuclear sobre o centro de Hiroshima. Ela explodiu a cerca de 600 metros do solo, com uma explosão de potência equivalente a 13 mil toneladas de TNT, dizimando instantêneamente 140.000 pessoas e destruindo mais de 90% das construções da cidade.


 Enola Gay: Preservado até hoje como troféu.




Relato de um sobrevivente:

Embora aqui, agora, ainda seja início da noite de 05 de agosto, em Hiroshima já é inicío da manhã do dia 06, sessenta e cinco anos e quatro minutos após a explosão exterminadora.


"Quando a bomba atômica foi atirada sobre a cidade de Hiroshima e explodiu a uma altura de 570 metros acima do solo, eu tinha seis anos de idade, e morava na prefeitura de Yamaguchi, que fica ao lado de Hiroshima. Como se sabe, todos os homens adultos daquelas cidades tinham sido recrutados e transferidos para outros lugares para participar naqueles últimos dias de desesperada luta; por esta razão, a grande maioria das vítimas em Hiroshima eram bebês, crianças, adolescentes, donas de casa, e velhos. 140.000 pessoas foram mortas instantaneamente pela bomba, e o número dos mortos totalizou 250.000 (de acordo com o relatório oficial feito pela cidade de Hiroshima em 1950). 
  

A partir daí, centenas de pessoas aparentemente sadias, passaram a morreram anualmente de doenças causadas pela radiação nos vários anos seguintes.



No dia 6 de agosto de 1945, às 8:15 da manhã, uma enorme bola de fogo, muito mais brilhante que o sol, com a extrema temperatura de calor de quase 10 milhões de graus Celsius no seu centro, e com a pressão explosiva várias centenas de milhares de vezes mais forte que a pressão normal do ar, explodiu e arrasou a cidade de Hiroshima.

A explosão aplainou a cidade em um raio de 8 km, matando instantaneamente todas as criaturas vivas dentro de um raio de 10 km. Onde os raios de calor bateram diretamente, a superfície de tudo derreteu no momento – madeira, cimento, aço, e até mármore – se tornaram líquidos com o extremo calor. Dezenas de milhares de pessoas simplesmente evaporaram, deixando nas calçadas ou nos degraus de pedra somente suas sombras, a única marca da sua efêmera existência neste mundo. Outras milhares foram torradas como carvão. Algumas cambalearam até os rios com as peles dos seus rostos despencando, quase caindo completamente; outros se arrastaram com a pele das suas costas caindo aos pedaços. Quase todos aqueles feridos, extremamente desidratados, morreram assim que chegaram ao rio e beberam da água quase fervente. Milhares de corpos inchados flutuaram rio abaixo, e este ficou literalmente coberto de cadáveres que se tocavam, ombro a ombro. 



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Nós soubemos mais tarde, através de vários meios, sobre estes incidentes infernais e sobre todas aquelas mortes. Eu soube sobre alguns destes horrores pessoalmente, porque os vi com meus próprios olhos. Mesmo depois de tantos anos eu não posso olhar para aqueles lugares onde aconteceram aquelas coisas horríveis sem sentir uma dor no coração. O que eu sinto é descrito muito bem num trecho de um famoso romance baseado em fatos, Chuva Negra, de autoria de Masuji Ibuse: 



Eu notei que estava chegando ao lugar que eu nunca mais queria ver. Havia um poço com água usada para combater fogo, bem ao lado da estrada, e três mulheres estavam flutuando na água do poço, mortas, quase nuas, com as faces voltadas para baixo, mas com a cintura acima da superfície. Das nádegas de uma dela, os intestinos haviam saído em uma extensão de mais de um metro, e estavam inchados como um tubo fino que tivesse sido enchido de ar até chegar a uns 10 cm de diâmetro. Assim como se fossem um balão circular em cima da água, os intestinos da mulher se moviam ao vento pra lá e pra cá."

 Hiroshima, vista noturna.


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O viajante que chega à moderna e povoada cidade de Hiroshima fica maravilhado com os grandes e suntuosos edifícios, hotéis e bem delineadas avenidas por onde passam milhares de veículos.

 O local do epicentro.


No entanto, no meio deste turbilhão deslumbrante, o visitante não pode esquecer que se encontra na primeira cidade praticamente volatizada pelo afã dos Estados Unidos de dominar o mundo.

 O prédio da Biblioteca foi mantido como 
restou, para que o crime nunca seja esquecido.


Este impacto é recebido quando se visita e percorre o Parque da Paz, o Museu das Vítimas e a chama eterna adiante do cenotáfio negro que inscreve os nomes das vítimas do genocídio da Casa Branca para chantagear o mundo dia 6 de agosto de 1945.

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Todos os anos, na hora exata da barbárie, as dezenas de milhares de mortos são reverenciados, e neste ano, pela primeira vez, o embaixador norte americano teve o descaramento de estar presente à cerimônia.

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(www.pcf.city.hiroshima.jp/index_e2.html). Clique no "Virtual Museum".
 
 

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