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Mostrando postagens de 2008

Gabiru Sapiens

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À minha prima Mariza, filha de tio Abel e tia Hélen, que é sensível a essa agonia. . . . O fedor de merda seca queimando vinha numa fumaça invisível de tão tênue, levando-me, mesmo assim, a quase sufocar, e afastando o bom humor que sempre me acompanha em todas essas caminhadas às primeiras horas. Estava me aproximando da Praça Procurador Pedro Jorge que fica entre a minha casa e a beira mar de Olinda, e ver aquela criança arrastando e amontoando sacos de lixo das lixeiras próximas para, em seguida, numa eficiente garimpagem, fazer sua primeira refeição, era meu primeiro contato diário com a nossa própria podridão. Certamente, o que lhe parecera alguns biscoitos, não passara de fezes de cachorro, o que o levou a atear fogo naquela sacola de supermercado, numa infantil vingança com endereço equivocado. Sentado - literalmente - naquele fétido banquete, continuava abrindo e enfiando a mão em cada uma das sacolas, aproximando-as mais dos olhos para distinguir, entre aque

Encontros e Despedidas...

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À minha filha Raquel. Desembarquei em Ilhéus como se entrasse numa dessas estórias da “sessão da tarde”, onde a fantasia tem final previsível e a emoção não produzirá nada além de um coração acelerado, ou de uma lágrima escorrendo meio sem graça até os lábios. Os contos de Jorge Amado, principalmente “Gabriela Cravo e Canela” desembarcavam comigo e traziam na bagagem o cabaré Bataclan, o bar Vesúvio, as praias ensolaradas e mais um amontoado de situações e romances impossíveis de existir na vida que conhecemos como real. Mas, não sabia eu que aquela cidade tinha seu próprio e imprevisível enredo para minha curta estada em seu solo. Antes de conferir todos os pontos turísticos, tratei de encontrar um apartamento ou uma casa agradável para morar. Foi uma espinhosa tarefa, pois, ali não se investia em construção civil e sim em fazendas de cacau. Após uns dez dias só havia encontrado uma casa disponível, mas que não oferecia nenhuma condição para que se pudesse lev

Wall Street: Perdida no Próprio Buraco

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Os mercados internacionais de crédito entraram em colapso e há risco real de uma corrida devastadora aos bancos, tudo isso por que o pacote de 700 bilhões de dólares, nos EUA, chegou tarde, é inadequado, e precisaria ser de no mínimo o dobro. Agora, neste momento (06.10.08 às 17h00), há uma onda de pânico percorrendo o sistema financeiro em todo o mundo. A crise iniciada há pouco mais de um ano, no setor de empréstimos hipotecários dos Estados Unidos, viveu dois repiques, nos últimos dias. Entre 15 e 16 de setembro, a falência de grandes instituições financeiras norte-americanas deixou claro que a devastação não iria ficar restrita ao setor imobiliário. Há uma semana começou a disseminar-se a sensação de que o pacote de 700 bilhões de dólares montado pela Casa Branca para tentar o resgate produziria efeitos muito limitados, pois o conjunto de medidas socorre com dinheiro público as instituições financeiras mais afetadas, mas não assegura que os recursos irriguem a economia,

Paulo Freire: A IN-VEJA-DA-VEJA

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Che, ou Paulo Freire, tanto faz... Importante mesmo é o que se trás no coração. . . . VIÚVA DE PAULO FREIRE ESCREVE CARTA DE REPÚDIO À REVISTA VEJA . . . Na edição de 20 de agosto a revista Veja publicou a reportagem O que estão ensinando a ele? De autoria de Mônica Weinberg e Camila Pereira, ela foi baseada em pesquisa sobre qualidade do ensino no Brasil. Lá pelas tantas há o seguinte trecho: . . "Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. Entre os professores ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade. Pau

Juíza de Primeira Instância Manda “Tropa de Choque” do PCC e CV de Volta Pra Cadeia, Tornando Inválida a Decisão de Ontem do STF.

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Só a Justiça de 1ª e 2ª Instâncias deixam eles com essa cara. . A juíza Tatiane Moreira Lima Wickihalder, da 1ª Vara de Francisco Morato – Grande São Paulo – decretou agora a pouco a prisão preventiva dos nove integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), e CV (Comando Vermelho) que agem dentro e fora dos presídios do Estado de São Paulo. Ontem, o STF havia concedido habeas corpus aos réus, sob o argumento de que os réus esperaram mais de quatro anos pelo julgamento na prisão, o que para o Supremo excedeu os prazos legais, sem nenhuma preocupação com a sociedade paulista. Para não provocar outra reação do abusado presidente do STF Gilmar Mendes, a juíza contemporizou: "Não se trata de questionar o excesso de prazo devidamente reconhecido pelo STF, uma vez que os réus encontram-se detidos pela prisão em flagrante. Contudo , superada a questão do excesso de prazo da prisão em flagrante, nesse momento se analisam os requisitos da prisão preventiva, que

STF Libera Geral - Nove Chefões do PCC e CV Estão na Rua

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Te esconde que vem um presente do STF por aí!... . . . A “tropa de choque” – grupo formado pelo PCC em parceria com o CV ‘Comando Vermelho’ - vai ser solta. Foram presos há quatro anos por se unirem para uma das mais ousadas ações do crime organizado já feitas no Estado de São Paulo: tomar de assalto um presídio e soltar 1.279 presos, incluindo o seqüestrador Jorge de Souza, o Carioca, integrante do CV. A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade e com aval do Ministério Público Federal, concedeu anteontem habeas corpus para nove integrantes do bando, estendendo a eles o HC que já havia sido dado a Rafael Fernando da Silva, de 26 anos, em abril. Por incrível que pareça, a razão de o STF ter concordado em soltar os acusados é o fato de os réus estarem presos há quatro anos sem que nem mesmo a instrução do processo - fase em que são recolhidas as provas e depoimentos - tivesse sido concluída. O motivo de tanto atraso, como ressaltou o ministro Carlos Ayres

Desmoralizadas, Infelizmente, Tropas Federais Voltam ao Rio.

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Recepção às Tropas Federais nas favelas do Rio. . . Após se verem obrigadas pela opinião pública e pela mídia a abandonarem às pressas os morros do Rio de Janeiro, após serem flagradas servindo de capachos para traficantes ao prenderem e lhes entregarem bandidos de facções rivais, para serem torturados e assassinados, voltam agora, para colocar ordem nas eleições que se aproximam. Desmoralizados, já chegaram avisando que não queriam confronto, como se estivessem pedindo autorização aos bandidos para lá permanecerem, e em troca, informam com antecedência onde atuarão nos dias seguintes, permanecendo em cada morro apenas três dias, deixando depois os moradores entregues aos traficantes. Onde chegamos!... . . . . .

Os Bandidos vão Prender a Polícia...

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Montagem: Rodolfo Vasconcellos . . O senador Demóstenes Torres, da oposição ao governo, mostrou-se indignado ontem durante os depoimentos do superintendente da Polícia Federal e do diretor afastado da ABIN no Senado Federal,e propôs a criação de um conselho para fazer o controle externo de todas as atividades de inteligência desenvolvidas no âmbito do Poder Executivo. Esse conselho seria formado por sete integrantes, dois indicados pela Câmara, dois pelo Senado e um pelo Judiciário, restando apenas dois para fazer oposição a essa quadrilha que tenta conter toda investigação séria neste país: ficaria um com o Ministério Público e o outro com o Executivo, enjaulando assim a Polícia Federal e a ABIN que tantos transtornos têm trazido aos delinqüentes granfinos que infestam Brasília e o resto do Brasil. Eu e quase a totalidade dos brasileiros, certamente não tememos grampos telefônicos a não ser para evitar que se saiba detalhes de nossas transas que acabamos por revive-las co

Raspa de Tacho

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Aos filhos de Acelino Brito - Dinha, Toinho, Maria, Adalgisa, e os outros,cujos nomes esqueci, apesar de lembrar bem dos seus rostos. Imagino a dificuldade que tem um adolescente dos dias de hoje para entender como uma criança dos anos 50 e 60 poderia ser feliz sem internet, I-Pod, celular, computador, jogos virtuais, TV e até mesmo rádio. Pior ainda se morasse numa pequena cidade nordestina como a Umbuzeiro daquela época: cinema só um filme por mês e parque de diversão no Natal e na festa anual da Padroeira. Aquela linda cidade tinha Grupo Escolar mas não tinha ensino médio; tinha duas lindas praças embora não tivesse energia elétrica, água encanada, hospital e, sequer um médico. A eletricidade só chegava às casas e na fraca iluminação das poucas ruas a partir das cinco da tarde, quando um enorme e barulhento motor à diesel era ligado, bem ao lado da nossa casa. Chamávamos o local de “usina” e estávamos sempre por lá durant