Doping Olímpico: Phelps ou Bolt?

Esperamos que estejam "limpos".

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Por que estão acusando o Jamaicano Usain Bold de doping após a conquista nesta quarta-feira – 20.08.08 – da sua segunda (em seguida ganhou outra no revezamento 4 x 100) medalha de ouro em Pequim batendo o record mundial que pertencia a um americano? Por que não fazem o mesmo com o fantástico Phelps, ganhador de oito ouro e detentor de todos os recordes olímpicos?

Se tivesse sido Bold o ganhador de oito medalhas de ouro, certamente a esta altura já estaria proibido de participar de competições em solo americano.

“Façam o que digo, não façam o que faço.” Esta é a principal máxima americana, com relação a arsenal nuclear, explosão de artefatos atômicos sobre civis, invasão de países sob alegações mentirosas, ou, no caso que interessa, no uso de esteróides desenvolvidos em seus laboratórios.

Recentemente, várias pessoas envolvidas com controle anti-doping mundial revelaram que diversos atletas medalhistas dos Estados Unidos usaram alguma substância proibida em Olimpíadas - Carl Lewis está entre eles. Ao que tudo indica, o Comitê Olímpico dos EUA era (ou ainda é, nunca se sabe) conivente com casos de doping. Inclusive, é reconhecido que em alguns esportes "profissionais" tipicamente americanos os atletas fazem uso de substâncias consideradas doping, como no caso do baseball e do futebol americano. Por conta dos escândalos recentes, entretanto, já se cogita (remotamente, é verdade) até mesmo "expulsar" os Estados Unidos do esporte internacional. Esta notícia veio à tona no dia 30 de abril de 2003, em Berlim, quando o presidente da Agência Mundial Antidoping (AMA), o canadense Dick Pound, ameaçou expulsar os Estados Unidos do esporte internacional se o país não modificasse sua atitude em relação à luta contra o doping.
Numa entrevista concedida ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Pound declarou que se os americanos continuarem como até agora "serão expulsos. Jamais voltarão a organizar os Jogos Olímpicos ou Campeonatos do Mundo, e seus atletas não poderão voltar a competir".

Em outubro daquele mesmo ano, sentido-se pressionada, a Agência Norte-Americana Antidoping (Usada) afirmou que "vários" atletas do país tiveram teste positivo para um esteróide sintético, descrevendo o caso como o maior relacionado ao uso de drogas do esporte.

Seu presidente deu a seguinte declaração: "Não sei de nenhum caso que seja tão grande quanto esse, envolvendo o número de atletas que estão envolvidos” As amostras positivas foram encontradas em 350 testes refeitos com amostras tiradas no campeonato norte-americano em junho. A campeã mundial dos 100 e 200 metros, Kelli White, deu positivo para o mesmo estimulante no Mundial de agosto, e pode perder suas medalhas de ouro. A Usada ficou sabendo pela primeira vez quando um homem ligou para a agência e alertou que certos atletas internacionais e norte-americanos estavam usando um esteróide "impossível de ser detectado, fabricado pela Bay Area para despistar os testes anti-doping".

No ano passado, três dos quatro acusados no processo judicial contra o Bay Area Laboratory Co-Operative, aceitaram um acordo com os procuradores federais que lhes permite cumprir apenas alguns meses de prisão e não os obriga a colaborar com as autoridades desportivas nas investigações, não sendo preciso citar os nomes dos desportistas que terão consumido o esteróide indetectável.

Richard Pound, mais uma vez liderou as críticas ao acordo entre acusação e acusados: “Alguém que sistematicamente tentou destruir a base do desporto, ajudando atletas e treinadores a trapacear, safa-se com uma sentença de quatro meses de prisão. Claro que as autoridades americanas são a favor e acobertam o uso dessas substâncias em seus atletas.”

Com a intervenção do Congresso norte-americano, começou-se a investigar 27 atletas suspeitos. Graças a processos de arbitragem, foram punidos Michelle Collins (ex-medalha de ouro conquistada nos 200m dos Mundiais de pista coberta de 2003), Kelli White (ex-campeã mundial dos 100 e 200m) e Alvin Harrison (membro da equipa que venceu os 4x400m nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996 e Sydney 2000). Tim Montgomery (recordista mundial dos 100m) e Chrystie Gaines (ouro nos 4x400m de Atlanta 1996)

No dia 02 de agosto passado - 2008, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que vai retirar a medalha dos Estados Unidos no revezamento 4x400m nas Olimpíadas de Sidney, em 2000. O motivo foi o doping de Antonio Pettigrew.
"Decidimos desclassificá-los porque este caso faz parte de um trabalho mais amplo sobre o caso Balco", comentou Giselle Davies, porta-voz da entidade, em referência ao laboratório suspeito de dopar atletas da elite olímpica americana.

Hoje - 20.08.2008 – está sendo anunciado também pelo COI que o norte-americano Jerome Young também deverá perder a medalha de ouro conquistada nos 4x400m dos Jogos Olímpicos de Sydney 2000, pois o “sprinter” foi absolvido irregularmente no ano anterior de uma acusação de “doping”: esta foi a decisão tomada hoje pelo Tribunal Arbitral do Desporto, dando razão a uma queixa da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), formulada após a imprensa norte-americana ter denunciado que as autoridades desportivas dos EUA camuflaram vários casos nos finais dos anos 80 e na década de 90.

Nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988 , Florence Griffith-Joyner era a grande favorita para os eventos de velocidade. No total, ganhou três medalhas de ouro, nos 100 metros (com um tempo de 10.54 s), nos 200 metros (batendo o recorde do mundo nas quartas de final) e no revezamento 4 x 400. Florence Griffith-Joyner morreu na noite de 21 de Setembro de 1988 . Sua morte inesperada trouxe de novo as suspeitas de uso de doping. A sua carreira foi atípica, principalmente porque todos os seus títulos e feitos foram alcançados numa única época (1987/1988), quando a atleta já tinha 28 anos e passara, portanto, o pico da sua forma física e técnica. A maneira abrupta como Flo-Jo se retirou das competições também foi interpretada como suspeita, tendo em conta que os testes anti-doping passaram a ser rotina no ano seguinte. Não sabia ela que tudo era jogo de cena, não era pra valer.

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