A Coragem e o Amor de Toninho Cerezo

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Trago lembranças inesquecíveis dos dois anos que morei em Belo Horizonte.
A agência do BNCC ficava na Olegário Maciel, no mesmo prédio onde morava Reinaldo, atacante do Clube Atlético Mineiro e da Seleção Brasileira. O cunhado do “Rei” era estagiário na agência e logo fiquei amigo de Reinaldo, e sua esposa à época Jeanine Badaró, com direito a visitá-los em seu apartamento a levar os filhos para assistir também os treinos do Galo.
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Ainda guardo muitas saudades dos colegas do BNCC de Minas, da pequena cidade de Luz, de Reinaldo, a quem acompanhei daqui de longe na sua luta contra as drogas e continuo fã incondicional.
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Hoje, mais uma vez minha paixão por Minas Gerais aflora ao tomar conhecimento deste texto de Toninho Cerezo, contemporâneo de Reinaldo no Atlético Mineiro, sobre seu filho que nasceu homem e transformou-se, por vontade própria, numa linda mulher.
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Toninho Cerezo foi técnico de futebol aqui em Recife do Sport, e a torcida do meu time alvi rubro não poupou ofensas ao treinador adversário por conta do seu filho, que passou a ser manchete dos jornais, atitudes essas repudiadas por mim.
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Deixo aqui minha solidariedade a Toninho Cerezo, como homem e como pai.
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Dois filhos em um
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Toninho Cerezo
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"Qual pai um dia não pensou desta maneira? Como seria bom se existisse um manual completo, que ensinasse e orientasse como ser pai em todas as etapas da vida dos filhos!
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Por mais que existam livros, manuais, conselhos bem-intencionados, a grande verdade é que exercer a paternidade vai muito além de conselhos e teorias. Todos sabem que cabe á paternidade uma parcela da responsabilidade de cuidar, educar, proteger e preparar os filhos para o ingresso na sociedade.
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Mas a alma humana é muito complexa, e estamos bem longe de saber tudo o que esse ser mutante chamado Homem é capaz de fazer, querer e ser...
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Meu menino, minha menina pra sempre, eternamente, os dois serão meus.
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Ainda no ventre, Leandro foi um filho esperado e amado. Na sua infância, seu sorriso doce e os cabelos cacheados não me indicavam qualquer tendência, era apenas uma criança, era apenas meu filho.
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Com o passar dos anos e a chegada da adolescência, conheci, na intimidade e nos momentos que passamos juntos, seu jeito diferente - a clara ausência de predileção por brincadeiras masculinas. Percebi interesse por assuntos ligados à arte e ao universo feminino.
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Por conta da minha formação familiar ter sido baseada em respeito, cresci em um ambiente livre e pude escolher jogar futebol e viver apenas com meus dons no campo. Como não tive o tão sonhado manual, "Como criar filhos", criei os meus igualmente livres também para as suas escolhas, sem cobranças nem imposições.
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Apesar de notar as diferenças, percebi também que nada poderia fazer, e tudo o que poderia dar a ela/ele era o meu amor incondicional, a segurança, o conforto e a certeza de que, em qualquer circunstância, por mais que longe, eu estaria sempre ao seu lado.
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Em alguma entrevista, Lea disse que a única coisa que gostaria de ter aprendido no futebol eram as embaixadinhas (veja só!), e que até tentou aprender, mas não foi muito bem-sucedida."
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