José Serra e o Submundo
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O governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin do PSDB, foi rápido na decisão de mandar cancelar um contrato
firmado sem licitação pelo antecessor, José Serra, com uma polêmica empresa de
contraespionagem. Mas a agilidade de Alckmin não aplacou a oposição, que quer o
esclarecimento completo do caso. Foram gastos ao menos 2,6 milhões de reais nos
últimos três anos com supostas detecções de “intrusões eletrônicas”, embora o
serviço pudesse ser feito gratuitamente pela própria inteligência da polícia
paulista, pela Polícia Federal ou por meio do Sistema Brasileiro de
Inteligência (Sisbin), a partir de denúncias de espionagem. Mas não foi
comunicado crime nem pedido nesse sentido, segundo a Secretaria da Segurança
Pública.
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A Companhia de Processamento
de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) contratou a carioca Fence
Consultoria, empresa do coronel da reserva Ênio Gomes Fontenelle, ex-chefe de
Telecomunicações do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), em
2008. Alckmin mandou romper o contrato na quinta-feira 8, logo após vir à
tona uma denúncia sobre o contrato, do deputado estadual Simão Pedro (PT). O
parlamentar decidiu recorrer ao Ministério Público (MP) e tenta articular uma
CPI na Assembleia Legislativa para que o caso seja investigado. São muitas as
dúvidas legais sobre o contrato. Ele não conseguiu respostas sequer sobre os
serviços que teriam sido executados pela empresa.
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As ligações da Fence com
Serra são antigas e notórias: a empresa atendeu o tucano pelo menos entre 1999
e 2002, quando ele foi ministro da Saúde, e acabou citada no caso Lunus,
denúncia que tirou Roseana Sarney do páreo eleitoral, em 2002, atribuída pela
família Sarney ao ex-governador de São Paulo. E se livrou de um indiciamento
por comunicação de falso crime ao informar, em 2006, que ministros do Supremo
Tribunal Federal estavam grampeados. Fontenelle disse que não comentará o caso,
e reclamou: “O contrato já está rescindido e eu fui o prejudicado”.
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A Prodesp também é lacônica em
sua justificativa sobre o caso. Sobre os serviços que realmente teriam sido
realizados e mesmo acerca dos supostos prejuízos com a interrupção do contrato
de maneira abrupta, a companhia limitou-se a repetir os argumentos do contrato:
“Tinha como objeto a prestação de serviços técnicos especializados em segurança
de comunicações, envolvendo linhas telefônicas em ambientes internos e
externos, visando à detecção de intrusões eletrônicas nas instalações da
Prodesp”.
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Fonte: Carta Capital
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