Cresce a Insurreição Norte Americana

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A cada dia, as cidades norteamericanas assistem suas ruas serem tomadas por patrícios de todas as idades, assustados com a possibilidade de não terem mais o farto jantar nem a casa de campo.
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O movimento contra a desigualdade social nos Estados Unidos ganhou um aliado de peso, a AFL-CIO, a antes toda poderosa organização sindical, que se encontrava em período letárgico, desde a morte de seu lendário presidente, George Meany.

Para os trabalhadores dos Estados Unidos, reduzidos os empregos e  salários, a rearticulação de seu movimento sindical é uma esperança. Para os manifestantes contra Wall Street, que começam a assustar os meios conservadores do grande país, trata-se de uma aliança necessária, não para destruir o sistema capitalista, mas para que o Estado volte a domar as atividades econômicas e restaure as regras do jogo, nas relações entre o trabalho e o capital. Elas nunca foram justas, mas eram pelo menos suportáveis. A reação dos leitores do New York Times, divulgada em sua edição on-line, de ontem, é significativa. A imensa maioria dos comentários é de solidariedade com o movimento; e de protesto contra a renovada e crescente injustiça social do outrora mais poderoso país do mundo.

Talvez seja ainda cedo para tocar finados pelo sistema capitalista. Ele é intrinsecamente astuto e, quando percebe que a situação está quase perdida, recua, concede alguma coisa aos trabalhadores, reduz seus ganhos, sacrifica alguns peões – e volta a imperar. Quando chega a oportunidade, recupera a posição anterior e volta à sua diretriz, de obtenção do maior lucro, com o aumento da carga de trabalho e a redução ao extremo dos salários.

O sistema bancário é o eixo da economia capitalista. Mas, no caso americano – que passou a ser o modelo mundial – desde a criação do FED, em 1913, os controladores fizeram da administração da moeda um segredo quase religioso. O famoso banqueiro Nicholas Biddle, que se opôs ao Presidente Andrew Jackson, e foi por ele derrotado durante seu mandato (1828-36) dizia, insolentemente, que seu banco – que tinha o privilégio da emissão da moeda – não tinha satisfações a dar, quer ao governo, quer ao público. Em 1829, antes que o conflito se agravasse, um grupo de cidadãos da Filadélfia (três jornalistas, um grande homem de negócios e dois líderes do incipiente movimento sindical) se reuniu, para discutir o problema bancário, e concluiu, em análise atualíssima do sistema:

“Os bancos são úteis, como instituições de depósito e transferências, admitimos sem qualquer dúvida, mas não podemos ver como esses benefícios que conferem possam ser assim tão grandes a ponto de compensar os males que produzem, na criação de artificial desigualdade da riqueza, e, por meio dela, de artificial desigualdade de poder”.

Troquem-se os nomes de Nicholas Biddle, o arrogante banqueiro de Filadélfia, pelo dos dirigentes do Goldman Sachs, e o de Jackson pelo de Obama, e temos situação semelhante – com uma diferença. Jackson era Jackson, que peitou os banqueiros e os venceu, com a fragmentação do sistema e o surgimento dos pequenos e médios bancos estaduais, possibilitando a grande expansão industrial dos oitocentos. Enquanto Obama já é apenas uma esperança praticamente desfeita.

Mas hoje, como os fatos mostram, as massas podem reunir-se rapidamente, graças à comunicação instantânea – e, apesar da repressão – dizer o que pensam da realidade e exigir as mudanças.

E elas virão, agora, quanto do planeta será arrastado por esse rombo, ainda não sabemos

Com certeza eles não assistirão passivamente sua imensa máquina de guerra enferrujar.
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Parafraseando Mauro Santayana
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